Palco histórico de embates entre Governo e oposição, o plenário da Câmara Municipal de Cabo Frio teve um breve período de consenso no que diz respeito a polêmicas envolvendo a Prefeitura. O responsável pela ‘proeza’ foi o mistério envolvendo os repasses do Poder Executivo para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) que, somente entre fevereiro e julho deste ano, totalizaram R$ 3,2 milhões, segundo o Portal da Transparência.
Estampada na capa da última quinta-feira (15) da Folha, a negativa da presidente da Associação, Kely Soares, que negou o recebimento da verba, causou perplexidade e gerou questionamentos de vários parlamentares tanto da oposição como da situação. Até mesmo o líder do governo na Casa, Taylor Jasmin (PRB), saiu da habitual postura de blindar a Prefeitura ao se comprometer a ajudar a esclarecer o episódio.
– Essa é uma denúncia grave e independentemente de ser líder do Governo ou não, se for erro ou não, qualquer um que seja culpado tem que ser punido. É um erro grave porque além da suspeição sobre a prefeitura, tem a suspeição sobre a Apae, que não faz parte do governo, é uma entidade filantrópica que atende há muitos anos os excepcionais e seus familiares.
Parlamentar conhecido por sua ligação com a instituição, sobretudo com o polo de Tamoios, que ajudou a fundar, Luis Geraldo Simas (PPS) disse que não quer fazer pré-julgamentos, mas que não abre mão de investigar detalhadamente a situação.
– Esse é um assunto muito sério. Vou tomar todos os tipos de satisfações que a Prefeitura possa me oferecer porque a gente sabe o quanto é difícil manter aquelas crianças, aqueles professores. É uma causa suprapartidária. Não se pode fazer política em cima disso – ressalta Luis Geraldo.
R$ 30 milhões – O líder da oposição, Aquiles Barreto (SD), pediu apuração rigorosa da situação, pois, segundo ele, o Portal
da Transparência indica que os repasses para a entidade de 2014 para cá ultrapassam a soma de R$ 30 milhões.
Córrego Rico
O presidente da Câmara, Marcello Corrêa (PP), confirmou durante a sessão de ontem que um novo requerimento pedindo explicações sobre os contratos da empresa Córrego Rico com a prefeitura entrará na pauta da próxima terça-feira.
Conforme a Folha já tinha antecipado, diferentemente do documento protocolado pelos vereadores Aquiles Barreto (SD) e Celso Campista (PSB), o novo requerimento, de autoria de Luis Geraldo (PPS) e Vinicius Corrêa, vice-líder do Governo na Casa e sobrinho do prefeito Alair Corrêa (PP), contempla processos não apenas desta gestão, mas das anteriores, do hoje deputado federal Marquinho Mendes (PMDB), de 2005 a 2012.
Segundo Marcello, Aquiles e Campista já tinham protocolado o novo requerimento, mas como o fizeram depois da dobradinha Luis Geraldo-Vinicius, esta última teve prioridade, segundo o Regimento Interno.
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