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Gladys

Gladys: 'Podem me chamar de barraqueira'

​Vereadora de Búzios aumenta o tom contra governo de André Granado

08 novembro 2017 - 10h18Por Fernanda Carriço I Foto: Arquivo Folha
Gladys: 'Podem me chamar de barraqueira'

Gladys Costa (PRB) é a única voz feminina da oposição na Câmara de Vereadores de Búzios. Vereadora de primeiro mandato, assumiu o poder em  estilo ‘cospe fogo’ e profere discursos polêmicos em quase todas as vezes que sobe à tribuna da casa. Gladys acusa o prefeito André Granado (PMDB) de governar com cartas marcadas para beneficiar financiadores de campanha e, no estilo que já é sua assinatura, ‘joga no ventilador’ todo o tipo de denúncias: de queima de remédios da Saúde em área de preservação ambiental a licitações fraudulentas. “Eles podem me chamar de barraqueira. O povo os chama de “ladrões”.

Folha dos Lagos – O que já apurou da CPI da Saúde?
Gladys Costa –
 A Comissão apura graves indícios de falsificação de documentos, conluio e desperdício de dinheiro público. O desmando é estarrecedor. A saúde agoniza mas o prefeito gasta milhões para beneficiar amigos e colaboradores de campanha. Uma quadrilha se instalou na cidade e está enriquecendo às custas do sofrimento do povo. Não posso e não me calo como vereadora e, principalmente, como mãe, diante da incompetência e do descaso com que a saúde é tratada por esse governo covarde e incapaz, que não respeita a vida do nosso povo, por isso, queima remédios, às escondidas, em área de preservação ambiental. Um ato covarde e criminoso. Uma prática reprovável para qualquer homem público, repugnante para um médico.

Folha dos Lagos – Recebeu algum tipo de ameaça? 
Gladys –
 Coragem não é um adjetivo que se pode atribuir aos saqueadores dos cofres públicos. Não se pode esperar de quem rouba idosos, crianças e doentes, de quem tira da população direitos básicos, que tenha a virtude da coragem. São covardes e como covardes usam de expedientes pequenos: espalham notícias falsas e baixarias através de fakes nas redes sociais numa tentativa de coação. Eu costumo dizer que não sou filha de pai assustado, portanto, não tenho medo de ameaça.

Folha dos Lagos – Como ficou a CPI do boletim oficial?
Gladys –
 O processo estava parado porque, estranhamente, a comissão que apurou as irregularidades esqueceu de anexar ao processo encaminhado ao Ministério Público as provas principais da corrupção, ou seja, as edições dos Boletins Oficiais que, misteriosamente, desapareceram da Câmara. Mas nós encaminhamos os Boletins ao MP e o processo, em breve, terá novidades. Várias empresas estão com os bens bloqueados e outras, inclusive de Cabo Frio, ainda serão investigadas.

Folha dos Lagos – Qual a sua impressão sobre a licitação do Boletim Oficial? 
Gladys –
 A mesma sobre todas as licitações desse governo: um jogo de cartas marcadas manipulado pelo governo para atender aos amigos financiadores da campanha.

Folha – Quais são as dificuldades que tem passado na condução da CPI da saúde? 
Gladys –
 A CPI tem 180 dias para apurar as irregularidades e o governo demora a responder as nossas solicitações, numa tentativa torpe de atrapalhar as investigações. Ele não quer que nada seja apurado. Mas nós estamos apurando e vamos levar as denúncias e as provas ao Ministério Público.

Folha dos Lagos – A senhora tem um discurso direto, do tipo que não guarda o almoço para a janta. Como é a reação do povo na rua? 
Gladys –
 O povo tem me apoiado bastante porque muitos me acusam de ser a voz do “barraco” eu digo que sou a voz da indignação, contra a injustiça, contra a covardia, contra os ladrões que falam empolado e macio mas metem a mão nos cofres públicos. Não gosto de rótulos mas eles não me assustam. Eles podem me chamar de barraqueira. O povo chama eles de “ladrões”. Acho que ainda não inventaram uma palavra para classificar esse governo.