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Política

Escalonamento dos salários de maio revolta servidores em Cabo Frio

​Guardas protestam na prefeitura e assembleias podem definir paralisação geral semana que vem

08 junho 2019 - 11h16
Escalonamento dos salários de maio revolta servidores em Cabo Frio

Servidores municipais reagiram com revolta e apreensão ao anúncio feito ontem pela Prefeitura de Cabo Frio de que o pagamento dos salários de maio será escalonado. Nesta sexta-feira, quinto dia útil do mês e prazo legal para quitação da folha salarial, o governo municipal cumpriu a obrigação apenas junto aos concursados da Secretaria de Educação e com os contratados da Saúde que trabalham na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Os demais vão receber conforme um calendário divulgado nas mídias sociais da prefeitura. Para esta quarta-feira, dia 12, está previsto o pagamento dos contratados da Educação. Uma semana depois, no dia 19, devem receber concursados e contratados da Saúde e da Administração. Comissionados só verão a cor do dinheiro no próximo dia 26.

Se os salários de todos ainda não saíram, a reação dos servidores foi imediata. Ontem mesmo, um grupo de 60 guardas civis municipais fez uma manifestação em frente à sede do governo municipal, na Praça Tiradentes, para exigir o pagamento do salário de maio. De acordo com o presidente da Associação dos Guardas Municipais, Fernando de Paula, o atraso foi o estopim para o protesto dos funcionários da corporação, que convivem com o sucateamento da estrutura e o corte de direitos; como o auxílio-alimentação de R$ 15 por plantão, que não é pago há dois meses. Triênios também não estão depositados. Por causa disso, o serviço será parcialmente paralisado e parte do efetivo vai ficar aquartelado na sede da Guarda, em São Cristóvão, até que as reivindicações sejam atendidas.

– Ficaremos aquartelados a partir de hoje (ontem) e estamos esperando o governo conversar com a gente não apenas o atraso salarial. Tem uma série de fatores que tem que ser resolvidos para a Guarda volte a funcionar. Duas viaturas que são sucatas, os guardas tiram dinheiro do bolso para manter funcionando e servir a população. Seis motos fazem o patrulhamento de toda Cabo Frio. São dez meses de governo e não fizeram nada – dispara Fernando.

Nas demais categorias, a possibilidade de paralisação também é real. Nesta segunda-feira, dia 10, o Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe Lagos) vai realizar uma assembleia, às 18h, na Escola Municipal Edilson Duarte, no Jardim Caiçara, com indicativo de greve. Uma das coordenadoras do Sepe, Liane Pinheiro, criticou a atitude da prefeitura de fracionar o pagamento de contratados e concursados e acusou o prefeito Adriano Moreno (Rede) de não cumprir a compromisso firmado em reunião no último dia 16 de pagar a todos os funcionários até ontem. Liane confirma que a indignação na categoria é generalizada.

– Os servidores já estão apreensivos pelas demissões anunciadas pela prefeitura. E agora, trabalhar para não receber é muito ruim. O governo cai em descrédito – comentou Liane.

Ontem, representantes de outras instituições sindicais reuniram-se para definir as ações contra o governo. A assembleia unificada dos servidores da Saúde, Administração, fiscais e coveiros vai acontecer nesta terça-feira. Uma paralisação de advertência já nesta segunda não está descartada. O prefeito e o secretário de Fazenda, Antonio Carlos Nascimento Vieira, o Cati, também serão alvo de ações.

– Além disso, vamos denunciar o prefeito e o secretário junto ao Ministério Público por improbidade e prevaricação por deixarem de cumprir ato de ofício que é pagar o salário na data legal – informou o diretor de Comunicação do Sindicato dos Servidores de Cabo Frio (Sindicaf), Olney Vianna. 
No comunicado feito no seu site, a Prefeitura de Cabo Frio afirma que “não tem medido esforços para minimizar as consequências da crise porque passam o nosso país, o Estado do Rio de Janeiro e a nossa cidade”. O texto diz ainda que “medidas de austeridade foram iniciadas e terão continuidade visando o equilíbrio fiscal”.