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Eleições para Presidência da Câmara podem acontecer em 15 dias

Grupo de governistas que articulou mudança na Lei Orgânica tem três pré-candidatos

31 agosto 2017 - 09h31Por Texto e foto: Rodrigo Branco
Eleições para Presidência da Câmara podem acontecer em 15 dias

As articulações políticas na Câmara de Cabo Frio foram intensificadas no dia seguinte à aprovação de uma emenda à Lei Orgânica que, na prática, permite a antecipação das eleições para escolher quem vai presidir a Casa no segundo biênio desta legislatura (2019-2020). Conforme a Folha apurou, a intenção do ‘G8’, grupo de oito vereadores governistas que apoiou a medida, é realizar o pleito em, no máximo, 15 dias. Até lá, os parlamentares terão que aparar as arestas internamente, uma vez que três deles já manifestaram interesse em concorrer ao cargo: Ricardo Martins (SD); Waguinho (PPS) e Jefferson Vidal (PSC), esse considerado um dos principais articuladores do processo. A informação é de que um dos nomes será escolhido por consenso.

Os ‘rebeldes’ não assumem abertamente mas, nos bastidores, as informações são de que o grupo reclama da falta de espaço e de pouca influência junto ao prefeito Marquinho Mendes (PMDB). A principal queixa seria a distância do governo, comparado a outros vereadores, como o líder Miguel Alencar (PPS), Guilherme Moreira (PPS), Luis Geraldo (PRB) e o atual presidente, Aquiles Barreto (SD). Há alguns meses, o próprio Jefferson Vidal viu seu indicado à secretaria de Esportes, José Antônio Odilon, ser substituído por Eliseu Pombo, o que gerou mal-estar. Jefferson nega qualquer dissidência, mas deixa claro que o grupo quer mais voz ativa nas decisões.

– Não vejo como ‘racha’ isso não. Continuamos da base do governo, sendo que temos divergência de opiniões. Esse processo vai ser bom para Cabo Frio. Vai nos dar força política para poder colocar projetos no orçamento, em que a gente precisa de maioria. Hoje a gente quer calçar uma rua e não consegue. Só fazemos indicação. Mas com a força da presidência, ao colocar no orçamento, o prefeito é obrigado a fazer – diz Jefferson. 

O presidente Aquiles Barreto, que foi contrário à mudança na Lei Orgânica, relativizou o resultado. Segundo ele, Cabo Frio apenas segue um caminho já percorrido por outras na região, como Arraial do Cabo e São Pedro da Aldeia.

– Doze vereadores entenderam que é importante já se definir o futuro e o próximo presidente da Casa. Temos que respeitar essa decisão. Mas fui contrário porque acho que temos que discutir como tirar essa cidade da crise. A gente tem que discutir onde quer colocar a cidade de Cabo Frio e a Presidência poderia ficar para depois. Mas como a maioria venceu, é importante frisar que ela vai ter o direito de escolher o presidente. Fico ‘à cavalheiro’ nesse processo porque a Lei Orgânica proíbe a reeleição – explica o chefe do Legislativo cabo-friense. 

Com a decisão, o governo terá, no mínimo, dois candidatos à sucessão de Aquiles: o indicado pelo G8 e, possivelmente, Luis Geraldo. Seja como for, o bloco de oposição, hoje com quatro vereadores, terá papel decisivo na votação. Ciente disso, o líder da minoria, Vanderlei Bento (PMB), valoriza a situação e não dá pistas sobre a decisão da bancada. Ele ainda deixou no ar a possibilidade de uma candidatura própria do grupo.

– A gente quer mais independência do Executivo e não mais submissão. E por que não fazer parte da Mesa Diretora? Por mim (a eleição) poderia ser amanhã, para ficarmos mais livres para discutir os problemas da cidade. O que sei é que a oposição vai decidir a eleição, só não sei quando – cravou o vereador.

Colega de Vanderlei no bloco oposicionista, Rafael Peçanha (PDT) confirmou a fala do líder da bancada e disse que o grupo vai unido para o pleito.
– A Câmara está dividida. Isso é bom para a democracia. Como oposição, buscamos apontar os problemas e ouvimos todo mundo. A única coisa que é certa é que vamos votar em bloco. Não existe a possibilidade de votarmos em separado. Estamos assistindo de camarote. De camarote não, da pista assistindo a eles brigarem no camarote – ironiza Peçanha.

A reportagem tentou entrar em contato com os vereadores Luis Geraldo e Miguel Alencar, líder do governo, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.