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Eleição para presidência da Câmara pode ser antecipada

Segunda votação que permite alteração na Lei Orgânica será na próxima terça (29)

23 agosto 2017 - 09h56Por Rodrigo Branco I Foto: Arquivo Folha
Eleição para presidência da Câmara pode ser antecipada

A nova legislatura municipal de Cabo Frio tem apenas oito meses – um deles de recesso – mas já são grandes as articulações de bastidores pela sucessão do atual presidente da Câmara, Aquiles Barreto (SD). Previstas pelo artigo 22 da Lei Orgânica Municipal para o primeiro dia legislativo de 2019, as eleições para o segundo biênio (2019-2020) podem ser antecipadas. 

Para isso, é necessária uma mudança na legislação que permita a flexibilização da data do pleito. A alteração tem que ser votada em plenário em dois turnos. No primeiro deles, na semana passada, a proposta de mudança da data foi aprovada por 12 a 5. Embora os aliados neguem a palavra ‘racha’, o resultado expõe divergências na base do governo, uma vez que oito vereadores de situação votaram a favor da alteração: Edilan do Celular (PRP); Alexandra Codeço (PRB); Waguinho (PPS); Blau Blau (PSC); Jefferson Vidal (PSC); Letícia Jotta (PSC); Adeir Novaes (PRB) e Ricardo Martins (SD). Da oposição, são favoráveis ao projeto, Rafael Peçanha (PDT), Oséias (PDT), Vinícius Corrêa (PP) e Vanderlei Bento (PMB). 

Ricardo Martins, aliás, é considerado o favorito para ser o candidato do grupo, que tem se reunido com frequência, para a disputa pela cadeira de Aquiles. Se isso se concretizar, a base aliada teria duas candidaturas, uma vez que no grupo mais próximo ao prefeito Marquinho Mendes (PMDB), o nome favorito é o de Luis Geraldo (PRB). Com base eleitoral no Jardim Esperança, Ricardo nega que se trate de uma ‘rebelião’, mas admite indisposição do grupo com alguns secretários do governo.

– Acho que tem que haver mais independência. Hoje o Executivo fica muito ligado em relação à presidência. A Câmara fica engessada. Hoje somos base, mas há insatisfação em relação a alguns secretários. Se nos tratam mal sendo representantes do povo, imagina como não fazem com o próprio povo – disse, sem citar nomes.

Assim como na primeira votação, o grupo precisa dos quatro votos da oposição para conseguir seu objetivo. O vereador Rafael Peçanha (PDT) diz que prefere usar a palavra ‘flexibilização’ em vez de ‘antecipação’.

– Exatamente por essa questão ser menor que a gente precisa dar mais liberdade à Câmara para que a eleição possa ser feita em um momento mais tranquilo, sem atrapalhar o andamento da pauta ou gerando o risco de influência das eleições para deputado (no ano que vem) dentro da Câmara – pondera.

Líder do governo na Casa, Miguel Alencar (PPS) é enfático com relação a uma possível desintegração da bancada governista.

– Não existe racha nenhum. A base do governo continua firme e forte trabalhando na reconstrução do município. Acho que o presidente tem feito um ótimo trabalho para o município de Cabo Frio e com independência de poderes – afirma Miguel.

Sem entrar na questão política, o presidente Aquiles Barreto (SD) confirmou a data da segunda votação.

– Hoje a Lei Orgânica não permite. Somente na terça-feira que vem, vamos saber se a eleição poderá ser antecipada.

Marquinho diz não acreditar em rebelião

Procurado, o prefeito Marquinho Mendes disse que não está preocupado com uma possível antecipação das eleições legislativas. Ele diz que a relação entre os poderes Executivo e Legislativo é de independência e garante que não vai interferir no processo sucessório.

– Minha opinião é de que é precoce (a eleição). Esse é um momento em que se deve pensar na reconstrução do município. O que preocupa hoje é ter dinheiro para pagar a folha de pagamento – diz o prefeito Marquinho Mendes. 

Ao mesmo tempo em que diz não acreditar em ‘vereadores rebeldes’, Marquinho Mendes afirmou também que não aceita pressão por cargos. Ele disse que todos os vereadores, inclusive os da bancada da oposição, são tratados da mesma forma.

– Não vivo em função de pressão. Dizer que não está sendo bem tratado por secretários não justifica. Todos os vereadores são atendidos. Não creio nisso – conclui o prefeito.