É em clima de Copa do Mundo que o país vai acompanhar neste fim de semana a votação na Câmara dos Deputados, em Brasília, que pode definir o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Assim como em boa parte do país, o ‘Fla x Flu’ político se reflete na região e os segmentos a favor e contra o impeachment da presidente se articulam para manifestar suas opiniões e acompanhar o voto de cada parlamentar.
Animado com a repercussão do último ato, em 13 de março, um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre na Região dos Lagos, Leonardo Estellita, planeja levar à Praça Porto Rocha, amanhã, às 9h30, bem mais do que os 1.500 presentes naquela ocasião. Estellita acredita que há motivos suficientes para Dilma ser afastada do cargo.
–As principais entidades jurídicas como a OAB e o STF já referendaram que há uma diversidade de crimes da Dilma e também do Michel Temer. O impeachment está longe de ser golpe. Golpe foi o que fizeram com o povo, golpe é o que fizeram com a Petrobras, golpe foi o que foi feito com Brasil – afirma o artista plástico.
De outro lado, os defensores do governo também se movimentam contra o que, para eles, seria um ‘golpe contra a democracia’. Um ônibus foi fretado pela Frente Brasil Popular Lagos para acompanhar a votação de perto, na Capital Federal. O movimento é ligado às centrais sindicais e entidades de defesa do movimento negro e está aliada à Frente Povo sem Medo, de oposição ao governo, mas de esquerda. Ontem, o grupo protestou na Praça Porto Rocha.
– Estamos aliados pela democracia, pela legalidade e contra o golpe. O pedido de impeachment está baseado na questão das pedaladas fiscais que não é crime. É má gestão. Ela pecou como gestora, mas as pedaladas são inerentes à administração pública. Governadores e prefeitos fazem isso – defende um dos coordenadores da frente, o professor Guilherme Pinto.
Ainda que as manifestações dos grupos pró e contra o governo tenham sido marcados para datas diferentes, a polícia se prepara para evitar transtornos por conta de eventuais reações ao resultado da votação. Contudo, o efetivo não foi confirmado.
– A PM vai se fazer presente para garantir o direito à democracia e o direito de livre manifestação. Ainda estamos nos reunindo para dimensionar o evento para definir o efetivo. Mas acredito que não teremos problemas e o espírito democrático vai prevalecer – disse o comandante do 25º Batalhão, tenente-coronel André Henrique de Oliveira.
* Confira matéria completa na edição deste fim de semana da Folha dos Lagos.