As grades colocadas em torno do Palácio Tiradentes a um custo de R$ 20 mil não resistiram ao primeiro dia de debates na Assembleia Legislativa do pacote de medidas de austeridade proposto pelo governo do Estado por causa da crise financeira.
As imediações da sede do Legislativo estadual tornaram-se praça de guerra depois que manifestantes derrubaram a proteção e tentaram entrar no prédio para acompanhar a sessão. A Polícia Militar reprimiu violentamente a tentativa com balas de borracha, spray de pimenta e bombas de efeito moral. Pelo menos, um manifestante ficou ferido.
Apesar do clima de tensão, a sessão foi iniciada no horário marcado, por volta das 15 horas. Em tom semelhante ao dos colegas discursavam, o deputado Janio Mendes (PDT) lastimava que a situação tivesse saído de controle.
– É lamentável que a situação chegue a esse ponto de colocar servidor contra servidor. Falta uma liderança do governo para exercer o diálogo nesse tempo de crise – avaliou.
Um grupo de professores do Sindicato dos Profissionais da Educação da Região dos Lagos (Sepe-Lagos) uniu-se ao movimento estadual e esteve no Centro do Rio para protestar.
– Fomos tentar combater o pacote de maldades do governo Pezão, que só vem querendo retirar direitos das categorias da rede estadual. A gente viu uma total repressão. Estamos vivenciando uma falsa democracia – comentou a diretora de imprensa do Sepe-Lagos, Denise Teixeira.
Segundo a sindicalista, apesar do tumulto, ninguém da delegação cabofriense ficou ferido.
Ontem foram debatidas as mensagens que a redução do salário do governador e sobre a diminuição para 15 salários mínimos do limite para pagamento de obrigações de pequeno valor, hoje estipulado em 40 salários.