Após discurso inflamado do prefeito Alair Corrêa (PP), que subiu o tom contra a imprensa e a oposição, a votação do requerimento que cobrava explicações do governo sobre contratos firmados com a empresa Córrego Rico Transporte e Construção Ltda foi retirado da pauta da Câmara de Cabo Frio, na sessão da última terça-feira (20). A decisão foi tomada pelo presidente da Mesa Diretora, Marcello Corrêa (PP), a pedido de Vinicius Corrêa (PP), que se disse satisfeito com as explicações. Marcello e Vinicius são filho e sobrinho de Alair, respectivamente.
Durante o discurso [leia completo no site da Folha], o prefeito rebateu que existissem falhas no processo de contratação da Córrego Rico, bem como no caso de repasse de verbas para a Apae, conforme a Folha noticiou nos últimos dias. Em ambos os casos, afirmou que as dúvidas dos vereadores poderiam ser dirimidas por ele. Alair atribuiu os dois episódios a erros de funcionários, enquanto o líder do governo na Câmara, Taylor Jasmim (PRB), estreitou o recorte para “erros cometidos por funcionários comissionados”. No entanto, ao falar sobre a Córrego Rico, o prefeito não soube precisar o número de equipamentos contratados pelo governo.
– Não tem nenhuma marca de coisa errada nesses dois processos (Córrego e Apae). Por que eu tenho que esperar o requerimento dos vereadores para poder dar informações? Nós temos 150, quase 250 carros, maquinas, caminhões, que a gente parou – bradou.
Sobre os valores, o prefeito informou, embora sem apresentar nenhum documento que corroborasse o discurso, que a Córrego Rico venceu a concorrência de R$ 27 milhões com seis empresas participantes e que do total foram gastos R$ 2,5 milhões em 2014. Este ano teriam sido gastos R$ 9 milhões.
Ao contrário das outras sessões, a maioria das pessoas presente à Câmara era composta por assessores, integrantes do governo, como os secretários de Eventos, Edson Leonardes, Comunicação, Edinho Ferrô, Governo, Toninho Corrêa, e funcionários.
– Têm falhas porque não tem como governar com centenas de pessoas que são secretários, governadores, superintendentes, chefes, diretores. Não tem um controle absoluto. Mas quando se tratam de processos de alto valor como esse, eu, pessoalmente, tomo conta para que isso não aconteça – defendeu.
Ele atribuiu ainda as diversas denúncias ao governo se devem a blogueiros “querendo derrubar o governo”. Ao final, encorajou a rejeição do requerimento ao afirmar que “umas coisas são os números nas folhas, outra coisa é o prefeito vir na casa do povo e dizer o que aconteceu”.
*Leia a matéria na edição impressa desta quarta-feira (21)