Pelo menos no discurso afinado, os antigos subprefeitos parecem não se importar com as últimas medidas de contenção de despesas propostas pelo prefeito Alair Corrêa (PP), na tentativa de equilibrar receitas e despesas. Aparentemente demonstrando compreensão, os agora agentes administrativos de bairro terão que conviver com uma redução salarial de 20%, o que reprsenta uma queda dos antigos R$ 4 mil líquidos para R$ 3.200. Os administradores regionais, no entanto, negam que as subprefeituras serão extintas e que a população será afetada pelos cortes.
– Nossa subprefeitura, diferente das outras, não apenas anota a reclamação dos moradores e as repassa para as secretarias. Nós resolvemos alguns problemas como de iluminação por conta própria – afirma o gestor responsável pela Praia do Siqueira, Sostino João Fernandes dos Santos.
Teninho, como é conhecido, disse ainda que esse é o segundo corte em 20% que receberá no salário, que este mês ainda não foi pago, assim como os demais comissionados, mas ele garante que, apesar disso, não vai passar aperto.
– Não dependo da Prefeitura, pois tinha uma empresa e sobrevivo de imóveis que tenho alugados. Sei que o prefeito está precisando e como estou num cargo de confiança, vou com ele até o fim – disse.
A mesma fidelidade foi demonstrada pelo colega responsável pela região do Jardim Esperança, Aristeu Campanati. Para ele o momento ‘é de sacrifício’.
– Eu estou aí para colaborar. Vivemos essa crise na nossa própria vida particular e não apenas em Cabo Frio. Tendo um salário como o que eu tenho, é só economizar e adequar o orçamento doméstico para não ter problema – diz Aristeu, que admite que o fato de o caminhão de limpeza de fossas, que passava diariamente, não realizar mais o serviço tem feito falta no bairro.
Evasivo de início, o agora agente administrativo do distrito de Tamoios, César Pinho, disse as ‘medidas são necessárias’.
– É duro perder parte do salário, mas nós que estamos no Governo temos que dar a nossa contribuição para que o prefeito possa fazer o melhor pela nossa cidade – sentenciou Pinho.