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G8

Com votos do G8, oposição aprova requerimento para contrato de R$ 32 milhões

Resultado expõe ainda mais fissura entre governo e base aliada na Câmara

02 setembro 2017 - 08h42Por Rodrigo Branco | Arquivo Folha
Com votos do G8, oposição aprova requerimento para contrato de R$ 32 milhões

Se o primeiro sintoma de que algo não vai bem no relacionamento da base aliada com o governo Marquinho Mendes (PMDB) na Câmara Municipal de Cabo Frio foi a aprovação da antecipação das eleições para a Presidência, na terça-feira, a sessão de anteontem deixou claro que o caminho para o ‘divórcio’ pode estar próximo. O grupo de oito governistas conhecido como ‘G8’ foi fundamental para que a oposição conseguisse emplacar um requerimento para obter o contrato emergencial da prefeitura com a a empresa Prime, que presta serviços de coleta de lixo e pintura de meio fio, no valor de R$ 32 milhões. Para aprovar o requerimento, de autoria do vereador Rafael Peçanha (PDT), o placar foi de 11 votos a 4. Além dos quatro da minoria, o grupo teve a adesão de todos os integrantes do G8, com exceção de Adeir Novaes (PRB).

Nas redes sociais, Peçanha classificou o resultado como ‘histórico’, uma vez que todas as tentativas anteriores de obter informações do governo pela Câmara haviam sido negadas. O pedetista enalteceu a atitude dos colegas, mas admitiu que a postura do grupo pode ter sido apenas circunstancial.

– Uma coisa não exclui a outra. Parte da Casa percebeu que a luta pela transparência transcende qualquer questão de arranjo ou grupo político. Mas claro que tudo é passo a passo. Cada votação tem seu contexto e seu momento. Foi uma vitória na batalha, mas ainda tem muita guerra – comentou Peçanha. Seja como for, o G8 dá mostras de que veio mesmo para ficar e, quem sabe, ainda atrapalhar bastante os interesses do governo na Casa.

A união dos parlamentares tem sido trabalhada todos os dias por meio de almoços, cafés e reuniões. Um dos principais articuladores do grupo, Jefferson Vidal(PSC) negou atrito com os colegas mais próximos de Marquinho e com o próprio prefeito, mas deu a senha de como está o relacionamento com o governo.

– O (líder do governo) Miguel (Alencar, PPS) andava meio afastado, mas voltou a se aproximar – disse Jefferson, um dos pré-candidatos à Presidência da Casa pelo G8, assim como Waguinho (PPS).

Miguel Alencar não foi localizado para comentar as palavras de Jefferson, mas para Marquinho não existe crise de relacionamento com sua base de apoio no Legislativo.

– Não existe crise. Existe liberdade democrática. Nunca liguei para vereador nenhum para votar a favor ou contra nenhum projeto. Eles têm liberdade de decidir o que quiserem porque o processo é democrático. O Legislativo é independente. Não vejo o que está acontecendo como ‘ruptura’. Foi natural o que aconteceu – encerrou.

Divórcio ou não, não resta dúvida de que acabou a lua de mel.