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Chumbinho

Chumbinho: 'Nosso governo sempre focou na transparência'

Em entrevista, prefeito de São Pedro da Aldeia faz análise da sua gestão e dos planos para o restnate do mandato

12 junho 2019 - 17h14Por Rodrigo Branco e Rodrigo Cabral I Foto: Rodrigo Branco
Chumbinho: 'Nosso governo sempre focou na transparência'

Ainda que enfrente críticas de moradores, principalmente a respeito de problemas de infraestrutura em bairros periféricos, além da pressão de CPIs na Câmara Municipal, o prefeito Cláudio Chumbinho (PMDB), de São Pedro, consegue um  feito que se torna estranhamente atípico nos municípios da Região dos Lagos: manter-se no cargo – Arraial, Araruama, Búzios, Cabo Frio, Iguaba tiveram afastamentos nos últimos anos. Para ele, isto se deve à transparência implementada durante a sua gestão. Nesta entrevista à Folha, Chumbinho fala que aguarda recursos do governo estadual para a realização das obras cobradas pela população, anuncia a chegada de novos empreendimentos e reclama que a cidade perde milhões em arrecadação de IPTU devido à inadimplência. 

E revela: pensa numa candidatura a deputado federal, mas à Prefeitura... nunca mais.

Folha dos Lagos – Os últimos anos são de instabilidade política na região e você conseguiu se manter na horizontalidade? Ao que se deve isso?

Cláudio Chumbinho – Nosso governo sempre focou na transparência. Procurei sempre ter na minha gestão um secretariado técnico. Nunca deixei partidos e a classe política comandarem a administração. Sempre escolhi as pessoas certas para estar nas secretarias e cobro muito dos meus secretários. Vejo que todas as denúncias que a oposição faz ao Ministério Público são arquivadas, no final. Foram  33 denúncias. Todas foram arquivadas pelo MP. Faço questão que todas as licitações sejam oficiadas ao Ministério Público, à Câmara, à Justiça e a todos órgãos com trinta dias de antecedência. Para não ter esses problemas, a gente faz questão que todos participem. Acho que por isso que não acontece nada com o município de São Pedro da Aldeia.

Folha – Você acha que isso afeta de alguma forma o município, porque a região é integrada? Você sente as consequências para o município?
Chumbinho –
É ruim para todos o que vem acontecendo no país e no estado. Eu venho de duas gestões, sempre peguei o estado arrasado. Outros governos tiveram o apoio total do governo do estado. Os governos do Garotinho e do Cabral sempre ajudaram São Pedro da Aldeia. Por exemplo, tenho seis anos e meio de mandato, a rodovia está abandonada. É obrigação do estado. Ela está cheio de mato, com a iluminação apagada, cheia de buracos. A população cobra muito do prefeito, mas é obrigação do estado. Até hoje não vi uma manutenção da rodovia. É complicado. Sofri muito com esses problemas de cassação. Cai o governador, cai presidente. Aí tem a situação que vem acontecendo nas cidades, de prefeitos sendo afastados dos cargos.

Folha – Quando o Hospital da Mulher foi fechado pelo Cremerj, as gestantes vieram para o hospital Missão, que não conseguiu atender a todos. Como viu esse caso?
Chumbinho –
Estou sempre em contato com a secretária de saúde (Francislene Casemiro), muito capacitada e que faz um trabalho excelente. A gente sofre muito com a situação dos municípios ao redor, porque sobrecarrega São Pedro da Aldeia. Não só o Hospital da Missão, mas também o Pronto Socorro (do Morro dos Milagres). O número de atendimentos aumentou de forma assustadora. Sei da boa intenção do prefeito Adriano, não podemos crucificar porque ele assumiu há pouco tempo. Até engrenar a estrutura é complicado. A gente sempre conversa e dá apoio. Na última vez que estive com ele, disse é preciso gestão; buscar as pessoas certas no lugar certo para atender a população.

Folha – Hoje você parece ter conseguido uma certa proximidade com o governador. Como tem sido articulado isso?
Chumbinho –
Estive em contato com ele duas vezes. Tentava uma agenda com ele desde janeiro. Eu entendo, o cara está com seis meses de governo, estruturando a máquina, colocando as pessoas em cada setor, é complicado mesmo. Ele pegou um estado com muitos problemas financeiros. A gente ainda não conseguiu uma agenda no Rio mas ele veio aqui. Ele está com boas intenções e boas ideias. Pautei com ele duas questões: da rodovia, que precisa  de atenção urgente, porque tem muitos acidentes com morte, e um convênio que a gente tem com o Banco do Brasil no estado, que não pagou mais as parcelas, e a gente precisa receber porque está com um problema sério. Estive no Vinhateiro, na Estrada dos Passageiros. Começamos a fazer obra, para pavimentar todas aquelas ruas. Com essa chuva, muitos ralos que estão inacabados estouraram. Tem várias crateras grandes. População colocou lixo no buraco com medo de acidente. Essa obra está causando um grande desgaste para o governo. A população cobra, mas não depende só de mim. Tem que sair a obra. O governo estadual tem que liberar a verba. Fiz contato com o deputado Serginho para me ajudar. Obras da orla, nos bairros da Estação e da Bela Vista estão paradas, porque dependem da liberação da parcela.

Folha – De quanto é essa parcela?
Chumbinho –
São três convênios: das obras da orla, do bairro Vinhateiro e dos bairros Bela Vista e Estação. Cada parcela dessa fica em torno de R$ 400 mil e a gente precisa retornar urgente essas obras. A população sofre e cobra com razão. Eu não ligo de receber críticas nas redes sociais. Quando a população coloca um vídeo que mostra o esgoto vazando, é lixo na rua. Mas não é o prefeito que joga o lixo na rua. Quem joga é a população mesmo. Nossa coleta de lixo é um exemplo. É o melhor serviço executado pelas empresas é o da coleta. Passa todo dia, no horário certo. Não são todos, mas a população joga lixo na rua e às vezes a população faz vídeo cobrando, não ligo não. Fico triste quando vem com agressões. E agressões pesadas e aí sai do trilho. A gente tem trabalhado muito na área da saúde. São Pedro é um município com poucos recursos. Para se ter uma ideia, a gente recebeu 1 milhão de royalties. Só ver a diferença nas cidades vizinhas. São Pedro e Iguaba sofrem muito. O orçamento é muito pequeno. Todos os anos, 70% da população não paga IPTU e isso atrapalha muito a nossa gestão.

Folha – Foi feito algum trabalho para fazer essa regularização? Em Cabo Frio, está sendo feito o georreferenciamento. Aqui tem algo semelhante?
Chumbinho –
Sim. A gente manda notificação. Está na Dívida Ativa. Agora está sendo protestado em cartório. A gente é cobrado, mas para fazer precisa de recursos. Estamos com sete anos de mandato e nunca deixei atrasar o salários dos servidores. Antes de eu assumir, dava deserta, as empresa não apareciam na nossa licitação com medo de não receber. Agora, a gente abre uma licitação, aparecem 50 empresas porque nossa gestão paga. Assumi uma dívida muito alta de vários governos e tenho regularizado tudo, como a da Previspa (Previdência), a da Saúde, com a Enel, com a Prolagos. Estou colocando tudo em dia. Pagando os fornecedores e servidores em dia. A cidade está funcionando, a saúde funcionando. Quando eu assumi, o Pronto Socorro estava fechado. Não existia UPA, hoje temos um unidade apenas para atender às nossas crianças. O Pronto Socorro que ganhou uma grande reforma e foi toda equipada. Estamos melhorando os postos de saúde, melhorando todos os postos, equipando. Na Educação, estamos construindo uma nova creche no Porto do carro, no bairro São João e na Rua do Fogo. Inauguramos uma creche na Praia Linda. Estamos construindo um posto de saúde na Baleia, um Cras na rua na Rua do Fogo. Para os pontos de ônibus, infelizmente, fizemos a licitação há um ano e meio. A empresa não teve capacidade de fazer a obra e vai ser licitado de novo. O posto de saúde da Baleia era pra estar pronto, mas a empresa não teve a capacidade de terminar a obra e ela está sendo licitada novamente. A gente sofre muito com isso. Às vezes, a empresa ganha, põe o preço lá embaixo e não tem a capacidade de fazer a obra e isso nos atrapalha, porque é um trâmite muito burocrático.

Folha – Mas a empresa pode ser penalizada.
Chumbinho –
Elas são penalizadas, mas é um trâmite muito burocrático, porque tem que informar ao Tribunal de Contas, Caixa Econômica. Estamos fazendo uma nova escola no bairro São João; a Praça da Juventude, no Campo Redondo. Eu fui citado na câmara pelo presidente Bruno (Costa). Ele se colocou de maneira infeliz porque alegou e cobrou que estamos com 7,5 milhões em caixa (na Educação). Graças a deus né? (risos). Ele oficiou a prefeitura querendo saber se eu tinha esse dinheiro em caixa. Eu me admiro ele, um presidente da Câmara não ter uma assessoria pra olhar o portal da transparência. E não temos R$ 7 milhões, temos quase R$ 10 milhões em caixa. Estamos preparando para licitar a reforma de várias escolas. 

Folha – Qual o montante da dívida que você está pagando?
Chumbinho –
Quando eu assumi tinha uns R$ 80 milhões de dívida. Hoje, só da Previspa, estou pagando R$ 13 milhões. Quando assumi tinha R$ 28 milhões em caixa na Previspa. Quantos prefeitos passaram aqui? Hoje temos R$ 70 milhões em caixa e estou com dois mandatos. Quanto o meu governo colocou na previdência e poderia estar fazendo a pavimentação de várias ruas, reformando praças. O que mais a população cobra é a pavimentação, é a situação dos bairros que estão realmente precários. A população me critica muito por isso. Quero fazer, mas eu esbarro na falta do dinheiro. Tem os 70% da população que não pagam o IPTU porque se pagassem eu ia investir.

Folha – Fora a Educação, qual a realidade da prefeitura?
Chumbinho –
Na prefeitura, a realidade é zero a zero. O que entra é para pagar. Tem mês que não dá. Faz um jeitinho dali, segura um pagamento de um fornecedor para não deixar atrasar o pagamento do servidor porque eu nunca deixo atrasar.

Folha – Então você não conta em fazer essas reformas que a população está pedindo?
Chumbinho –
De ruas, eu conto com o estado para me ajudar numa parceria, liberar as parcelas atrasadas. E estou pensando em pegar um financiamento de R$ 20 milhões com a Caixa Econômica. Estou programando ruas em vários bairros. Esse recurso seria só para essa finalidade. Esse é o nosso foco. Estou com dois probleminhas no Cauc (lista de inadimplentes) que estamos resolvendo. Resolvendo isso, a gente consegue pegar esse financiamento na Caixa. Infelizmente, recurso não tem. Agora, se toda a população pagasse o seu IPTU, São Pedro da Aldeia não teria problema. De 2013 até agora, o município deixou de arrecadar R$ 348 milhões em IPTU. Todo ano, 70% não paga. E os 30% que pagam cobram muito e com razão. Com esses 30% temos a Saúde, a Educação, a folha de pagamento, a manutenção dos bairros. Tem que ter máquina, vacol, patrol. São vários problemas e aí infelizmente não dá.

Folha – Na Educação, os professores têm cobrado reajuste e a revisão do PCCR. Nesse cenário, é possível pensar algo nesse sentido?
Chumbinho –
No meu governo, a educação teve tudo. O plano de cargos e salários foi feito no meu governo, já dei dois aumentos na área da educação. O sindicato sempre se reúne com nosso secretário. Tudo que está na lei estamos atendendo. Claro que, às vezes, depende de tempo para organizar, mas eu estou atendendo. Teve reajuste agora do docente, que tinha que reajustar. Sentei com o secretário, eles cobraram que tinham que receber no mês passado. O secretaria de administração garantiu que vai estar na folha, com os retroativos. Só que não é estalar o dedo e resolver. Para se ter uma deia, troquei três vezes o secretário. Às vezes, há problemas que não são do prefeito. É do secretário, que é técnico. É o que eu falo para a câmara dos vereadores, eu nunca vou mandar nada de errado para a Câmara. Se alguma dia, alguma secretaria mandar algum projeto que esteja errado, não vota, vota contra. Eu trabalho assim, ando de cabeça erguida. 

Folha – O que São Pedro tem de atraente para essas empresas?
Chumbinho –
Tenho mostrado que São Pedro fica no meio, no coração da região. A logística é melhor. A gente tem feito isso e tem dado certo.

Folha – Existe algum tipo de contrapartida?
Chumbinho –
Existe a transparência. A gente dá todo apoio ao empresário. Ninguém aqui tira nada do empresário. Pode entrevistar cada proprietário de empresa. Nunca o prefeito Cláudio Chumbinho pediu nada. Isso não existe no nosso governo. Só falei das empresas grandes, mas muitas microempresas chegaram a São Pedro da Aldeia. Só esse ano, foram mais de 300. E vai chegar mais. No caminho de São Mateus, vai ter uma Ceasa. Vai gerar de início mil empregos diretos. Várias empresas de Petrópolis, Friburgo e do grande Rio já compraram seus boxes. Aqui vai ser o centro de distribuição. As pessoas saíam daqui para outros lugares para buscar mercadoria, agora o centro de distribuição vai ser em São Pedro da Aldeia. Essa é mais um vitória. 

Folha – Como viu a vitória do Vantoil Martins em Iguaba?
Chumbinho –
Vantoil era vereador quando eu fui vereador em São Pedro. É um cara capacitado, inteligente. É filho da terra. Torci muito por ele. Fiz questão de apoiá-lo porque tenho certeza que a intenção dele é fazer por Iguaba. Deixei aqui à disposição para ajudar. Aqui e é uma região só. Temos que estar junto com Búzios, Arraial, Iguaba, Araruama. E hoje está tendo uma união maior entre os prefeitos. Estou achando bacana isso. A intenções são boas de fazer pela nossa região. Não estou dizendo que os outros prefeitos não tinham boas intenções, mas não tinham proximidade. 

Folha – Você já tem um nome para sua sucessão?
Chumbinho –
Hoje, não. A população que vai escolher.  Eu posso dizer pra você que, pelo que eu estou vendo, todos os pré-candidatos a prefeito são meus amigos. Até é difícil apontar um. Claro que o governo, ano que vem, vai se posicionar por um nome. Vamos deixar pra frente.

Folha – E o seu futuro político, como fica?  
Chumbinho –
Se eu voltar a ser candidato a um cargo público novamente, vai ser só para deputado federal. Porque, aí, eu vou ter certeza que eu vou poder estar representando a nossa região, o nosso estado, lá em Brasília.

Folha – Não pensa numa nova candidatura a prefeito?
Chumbinho –
Não. Estou encerrando. 

Folha – É um adeus ao executivo?
Chumbinho –
Você pode deixar isso bem gravado e me cobrar. Você vai ter certeza que eu não vou ser mais candidato. 

Folha – Por que essa decisão?
Chumbinho –
Você perde a sua vida, né?  Eu amo a minha cidade. Eu amo estar nos lugares. Eu amo estar no campo de futebol. Eu amo dar uma caminhada no calçadão. Eu amo estar em muitos lugares. Às vezes, você recebe uma ofensa. E eu me dedico todos os dias. Trabalho todos os dias. Pode perguntar a cada funcionário aqui da prefeitura. Eu não tirei nenhum dia do meu mandato para viajar. Nunca. Você pode investigar toda a minha vida. Se eu saio daqui, às vezes é um final de semana que eu vou aqui em Sana. Eu tenho uma casa em Sana há 20 anos, quando eu nem sonhava em ser prefeito. É o lugar mais longe, único que eu já saí de São Pedro. Eu nunca saí pra viajar. Eu tenho uma responsabilidade, tenho compromisso com São Pedro.  Eu fico focado, tenho preocupações. Quando cai um temporal, a gente se reúne, reúne toda a equipe para que fique atenta a todos os bairros. Às vezes, muita gente critica e acha que não. Mas eu me preocupo muito com a minha cidade. Trabalho todos os dias. A população fala: “Ah, o prefeito não está na rua”. Mas eu estou aqui trabalhando, cobrando, fiscalizando, vigiando. Todo mundo só sabe chamar o prefeito de ladrão, corrupto, que o prefeito é isso... Isso ai é bom ficar bem transparente porque as pessoas gostam muito de cobrar do prefeito e eu sou um cara que falo mesmo, não tem essa, não. A gente consegue encontrar problemas na Saúde, na Educação, em tudo quanto é lugar, coisas erradas, pessoas que tentam desviar. E aí a gente pega, manda embora. Entendeu? Eu sou cidadão. Eu tenho certeza da minha índole. Eu vejo que pessoas ficam em redes sociais, criticando prefeito, chamando o prefeito de ladrão, mas não olha pra si, para o seu umbigo. Pessoas que já estiveram aqui, parente do prefeito que já esteve aqui. Que hoje fica criando sitezinho aí na rede porque perdeu a portariazinha que tinha aqui. Que era fantasma, que não trabalhava. E hoje na nossa gestão tem que trabalhar. Se não trabalhar, vai embora.

Folha – A Câmara abriu duas CPIs: a da Educação e da Administração. Como você avalia essa investigação e as falas da presidente Claudinha que há dificuldades de conseguir documentação.
Chumbinho –
Não tenho nada contra a vereadora Claudinha. Não tenho nada contra o vereador Ediel. Não tenho nada contra o vereador Naldinho. São os três que estão lá. Eu acho que eles estão fazendo o trabalho deles. Tem que fiscalizar mesmo.  Se é através de CPI, que abra CPI e fiscalize. Pelo menos está ajudando o prefeito. Eu não faço licitação, eu não sou o secretário de Educação. Se a secretaria estiver errando, se alguém estiver desviando merenda, se teve alguma fraude na licitação, que falem. Mas não teve, porque aqui as nossas licitações são sempre com muita transparência. O meu secretário de Administração, o Sr. Teixeira,  é uma pessoa corretíssima. Uma pessoas que tem sessenta e poucos anos de idade, uma pessoa que foi comandante da Marinha nessa área de licitação. A pessoa mais séria que já conheci na minha vida é o meu secretário de Administração. As pessoas me criticam muito: por que o Sr. Teixeira é secretário até hoje na minha gestão. Porque eu tenho uma pessoa que eu confio, uma pessoa correta. Sobre a licitação? Zero de fraude. Nunca. Zero. Eu conheço o meu secretário e ele trabalha muito transparente dentro da lei.  Todos os processos, todas as licitações que tiveram dentro do município, que o Ministério Público solicitou os processos, nunca deram problemas. Eu sou prefeito e tenho meus cargos de confiança que são os secretários. Eu nunca chamei um secretário aqui na minha mesa pra mandar fazer alguma coisa errada. E a Câmara tem o dever de fiscalizar. A Câmara não tem que se meter é no Executivo. Quem quiser ser prefeito que seja candidato e ganhe as eleições. Eles têm que fazer a parte deles que é fiscalizar. E eu te digo em primeira mão sobre a CPI:  não foi divulgado corretamente a verdade sobre o problema da merenda.  Nós fizemos uma licitação ano passado. Diversas empresas participaram. Algumas que perderam e não aceitaram. Entraram com um mandado judicial, com recurso, que até hoje o juiz não deu a liminar. A gente ficou preso durante todo aquele ano e teve que fazer uma licitação emergencial.  Três empresas, na licitação emergencial, ganharam.  Uma das três não estava cumprindo com a entrega da merenda.  Essa era a verdade. Existia, sim, a falta de alguns produtos na escola. Mas a secretaria de Educação estava cumprindo dentro da lei e punindo essa empresa. Foram feitas várias notificações. E não eram em todas as escolas. A gente sofre com isso. A prefeitura não pode chegar e cancelar a licitação. Só depois da terceira notificação que a gente pode cancelar. Nesse tempo que estava acontecendo isso, a gente abriu uma nova licitação. Já está tudo normalizado, dentro da lei. O Alessandro foi secretário de Cabo Frio. Ele é um cara muito técnico, correto, transparente. Tem tudo no papel e assinado.