A última sessão da Câmara de Cabo Frio com os atuais vereadores está prevista para hoje, mas, decididamente, a turma que ocupou o Poder Legislativo municipal nos últimos quatros anos não vai deixar saudade na população. A prova disso é a grande renovação imposta pelos eleitores nas urnas em outubro, quando nove dos 17 parlamentares fracassaram na tentativa de reeleger-se – Taylor Jasmin (PRB) desistiu de concorrer.
Um dos principais pontos negativos que contribuíram para o desempenho bem aquém das expectativas foi o alto número de faltas por parte dos vereadores, sobretudo a partir do segundo semestre, com a campanha eleitoral e o aumento da pressão popular, impulsionada pelos atrasos nos salários dos servidores da Prefeitura. A consequência imediata foi a falta de produtividade, exemplificada pelo orçamento 2017 que se arrasta há dois meses nas gavetas das comissões e não deve mais ser votado este ano.
De acordo com levantamento feito pela reportagem com dados oficiais da Casa, até o último dia 22 de dezembro; das 91 sessões possíveis em 2016, 17 não foram realizadas (18%) por falta de quórum, ou seja, pela falta do número mínimo de vereadores para discussão e votação de matérias. Em 24 de novembro, apesar de haver quantidade suficiente de legisladores em plenário, nenhum projeto de lei constou na pauta, apesar dos problemas da cidade.
O índice médio de ausências entre os 17 vereadores foi de 33%, o que significa três faltas a cada dez sessões. Mas, individualmente, houve quem ultrapassasse e muito a nada honrosa marca. O campeão disparado de ausências é Paulo Henrique Corrêa (PP), sobrinho do prefeito Alair Corrêa (PP), que deixou de participar de 60 de 73 sessões (82%) entre abril e dezembro, uma vez que em fevereiro e março, ele ocupou a Secretaria de Obras, no lugar de Paulo Castro. As ausências até estão justificadas, mas de forma vaga: ‘motivo de força maior’ ou ‘reunião política’. A última sessão de que participou foi em 18 de agosto, coincidentemente a que reprovou as contas de 2012 do ex-prefeito e então candidato do PMDB à Prefeitura, Marquinho Mendes.
No ranking dos mais faltosos, depois de Paulo Henrique, que não se reelegeu, estão Taylor Jasmin (PRB), com 58 faltas – algumas delas justificadas pela cirurgia de redução de estômago que fez; seguido de Vanderlei Bento (PMB), com 50; Ricardo Martins (SD), com 43, e Jefferson Vidal (PSC), com 40, os três últimos escolhidos para um novo mandato de 2017 a 2020 (veja a lista completa das faltas no site).
Procurado, Paulo Henrique disse que não desistiu do mandato, e sim priorizou as ações na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, da qual é presidente.
– Não fui ao plenário, mas não quer dizer que eu não estava na Casa. Depois que eu perdi a eleição, preferi liberar os mais de 100 processos que estavam na CCJ – alega ele, que diz que vai se retirar da política e que ‘não se arrepende de nada’.
Confira o ranking dos faltosos na Câmara em 2016:
1º Paulo Henrique Corrêa (PP) – 60 faltas em 73 sessões (82%) - entre fevereiro e março, ocupou a Secretaria de Obras
2º Taylor Jasmin (PRB) – 58 faltas em 91 sessões (64%)
3º Vanderlei Bento (PMB) – 50 faltas em 91 sessões (55%)
4º Ricardo Martins (SD) – 43 faltas em 91 sessões (47%)
5º Jefferson Vidal (PSC) – 40 faltas em 91 sessões (44%)
6º Emanoel Fernandes (PRP) – 34 faltas em 91 sessões (37%)
Marcello Corrêa (PP) – 34 faltas em 91 sessões (37%)
Zé Ricardo (PMDB) – 34 faltas em 91 sessões (37%)
9º Aquiles Barreto (SD) – 29 faltas em 91 sessões (32%)
Vinícius Corrêa (PP) – 29 faltas em 91 sessões (32%)
11º Rodolfo Machado (SD) – 19 faltas em 91 sessões (21%)
12º Adriano Moreno (Rede Sustentabilidade) – 16 faltas em 91 sessões (17%)
Fred (PDT) – 16 faltas em 91 sessões (17%)
14º Celso Campista (PDT) – 14 faltas em 91 sessões (15%)
Eduardo Kita (PPS) – 14 faltas em 91 sessões (15%)
16ºLuis Geraldo (PRB) – 13 faltas em 91 sessões (14%)
17º Braz Enfermeiro (PMDB) – 6 faltas em 91 sessões (6%)
*Confira a matéria completa na edição desta terça-feira da Folha dos Lagos