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Cabo Frio e Búzios preparam manifestações pró-impeachment para este domingo (13)

Especialistas ouvidos pela Folha criticam pedido de prisão do ex-presidente Lula

12 março 2016 - 11h25Por Gabriel Tinoco
Cabo Frio e Búzios preparam manifestações pró-impeachment para este domingo (13)

Após os recentes escândalos da Operação Lava Jato, o movimento contra a corrupção toma as ruas de Cabo Frio pelo pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Será iniciada uma motociata na Praça Porto Rocha, neste domingo (13), a partir das 10h. Os manifestantes também comparecerão munidos de cartazes. 

Em Armação dos Búzios, no mesmo dia, o movimento começa a partir das 14h, com saída da motociata na Praça Santos Dumont, no Centro. Os ciclistas e pedestres começarão a protestar uma hora depois. O organizador Denis Peixoto garantiu que o ato não tem nenhuma intenção partidária.

– Esse movimento é para mostrar toda indignação contra essa corrupção, em apoio à Polícia Federal e ao juiz Sérgio Moro. É uma manifestação contra toda corrupção, que acontece nos âmbitos municipal, estadual e federal. É a nossa chance de mostrar que queremos mudança, mostrar nossa indignação. Uma ação civil para convidar várias pessoas, onde todos podem chamar amigos, familiares e motociclistas. Não é um movimento político. Não sou filiado a partido nenhum, inclusive penso que tem que acabar com todos.

Especialistas consideram "excessivo" pedido de prisão preventiva de Lula

O pedido do Ministério Público de São Paulo de prisão preventiva do ex-presidente Lula foi considerado excessivo pelos especialistas da Região dos Lagos. A Folha buscou a opinião de advogados e cientistas sociais, que acreditam num apelo midiático das investigações – a juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, titular da 4ª Vara Criminal de São Paulo, não tem prazo para decidir sobre o pedido, que será analisado junto com a denúncia.
O advogado Carlos Magno de Carvalho defende que um ex-presidente não deva passar por um transtorno tão grande sem motivos, o que, segundo ele, é apenas 'prejudicial ao país'.

– A prisão preventiva só deve ser decretada excepcionalmente e em restritas hipóteses da lei, não presentes no caso. Há uma banalização dessa medida do ministério público. Aliás, considero uma ação midiática do trio de promotores. Num momento tão delicado, isso é tudo que o Brasil não precisa. Um ex-presidente da República teria que continuar com foro especial no Supremo para não passar por esses excessos – opinou.

O advogado Paulo Lage acredita em um poder excessivo do Judiciário e até num totalitarismo disfarçado.

– Estamos vivendo um regime totalitário, ainda velado, entrando sorrateiramente em nossas casas. O que o Judiciário está fazendo é atender à opinião ‘publicada’, sem perceber o mal causado. Se as garantias mais elementares de um ex-presidente são atropeladas, quem dirá de um João ninguém. A prisão preventiva se justifica quando há risco de não ser cumprida a lei penal, não havendo qualquer justificativa jurídica para medida contra o ex presidente – avaliou o advogado.

De acordo com o professor de História e colunista da Folha, Rafael Peçanha, não crê que a decisão seja meramente jurídica. Ele estranha que dois partidos rivais tenham chegado a um consenso sobre o exagero.

– Oposição e Governo brigam por causa de tudo. Menos nesse caso. Em 20 anos de polarização entre PT e PSDB, ambos discordaram sempre, mas, dessa vez os partidos criticaram a decisão do Ministério Público de São Paulo. Não é estranho? Há muito mais por trás dessa medida do que simplesmente uma questão jurídica – analisou o professor, desconfiado sobre a razão da prisão preventiva.