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SUPERA RIO

Auxílio emergencial estadual será liberado até o fim de maio, diz secretário para deputados

A informação foi divulgada durante audiência pública da Comissão de Enfrentamento à Miséria da Alerj

09 maio 2021 - 16h00Por Redação

Até o final de maio o Programa Supera Rio será implementado no estado, segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Bruno Dauaire. A informação foi divulgada pelo secretário durante audiência pública da Comissão Especial de Enfrentamento à Miséria, nesta sexta-feira (7). O programa, que prevê um auxílio emergencial de até R$ 300 para a população fluminense e uma linha de crédito de até R$ 50 mil para microempreendedores e autônomos, é de autoria do presidente da Casa, deputado André Ceciliano (PT), com mais 53 coautores, e foi aprovado pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) em março.

Segundo Dauaire, já são mais de 200 mil famílias cadastradas para receber o benefício no estado. "Esse é um programa fundamental para o Rio e estamos trabalhando para que as pessoas comecem a receber o benefício", afirmou. Bruno ainda destacou outras políticas da Secretaria que auxiliam no combate à pobreza, entre elas a reabertura de dez restaurantes populares ainda em 2021. "Hoje, inclusive, estamos reabrindo o restaurante de Campos dos Goytacazes, que estava fechado há 4 anos. Nele a população consegue fazer uma refeição pelo custo de R$ 1. Precisamos voltar com esses espaços que salvam vidas", frisou Dauaire. Para a presidente da comissão, deputada Renata Souza (PSOL), essa é uma medida de extrema urgência. Ela lembrou que já pleiteou pela reabertura dos restaurantes no plenário da Casa. "Essa é uma pauta antiga do meu mandato e de outros deputados também. Estaremos aqui cobrando pela reabertura desses espaços", garantiu a parlamentar. Ela ainda destacou que 55% da população no Brasil vive em um estado de insegurança alimentar.

Renata lembrou que desde março, logo após a instalação da comissão, o colegiado tem seguido um plano de ação que envolve visitas a diversos locais em todo o estado, entre elas no Complexo da Maré, no Rio; e no Parque Analândia, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. "Essa reunião é apenas o início do nosso trabalho, ouvir as sugestões e pensar nas próximas ações da comissão são fundamentais e essa troca é importante para nortear nossos trabalhos", explicou. Os deputados Flávio Serafini (PSol), Waldeck Carneiro (PT) e Enfermeira Rejane (PCdoB) também participaram do encontro.

Cenário pós pandemia

Durante a reunião, a jornalista Flávia Oliveira apresentou um panorama geral da situação do estado e pontuou que os governos precisam ir além do fornecimento de verba emergencial. "É preciso garantir o acesso à saúde pública, à educação e a um plano de habitação para a população que vive na extrema pobreza. Sem isso não vamos conseguir mudar o cenário de miséria que vivemos atualmente e que se agravou ainda mais com a pandemia", disse.

A jornalista também lembrou alguns indicadores do último trimestre do IBGE. "Entre o fim de 2019 e o fim de 2020 aumentou o número de trabalhadores subutilizados no Rio. Significa dizer que o número de desempregados, pessoas com medida de trabalho precárias, pessoas que não encontram oferta no mercado de trabalho ou pessoas que estão acamadas ou cuidando de idosos e crianças estão sem produzir. A soma dessas pessoas alcança quase 2,5 milhões de fluminenses, quase um milhão a mais do computado no último ano", acrescentou.

Para o diretor de Relações Interinstitucionais da Fiocruz, Valcler Rangel, a pandemia tornou a desigualdade social mais latente no estado. "Em um ano os mais ricos conseguiram ficar mais ricos com a pandemia, e os mais pobres, ainda mais pobres. Não há saída se não enfrentarmos todas as questões que permeiam essa doença e não só o vírus", frisou Rangel.

Segundo dados da faculdade de Oxford, apresentados pelo diretor, os pobres vão demorar quatorze vezes mais para recuperar o que tinham antes da pandemia do que os ricos. "Se o estado não entrar fortemente, não teremos como dar a volta por cima. Precisamos fortalecer o SUS e reverter a crise urbana. Não podemos concentrar a ação apenas no vírus, volto a afirmar", concluiu.