O protesto da cantora e produtora Taz Mureb, que hoje completa seis dias acampada em frente à Prefeitura, pelo atraso no pagamento da premiação do Programa Municipal de Editais de Fomento e Difusão Cultural (Proedi), não apenas repercutiu na classe cultural da cidade como encorajou outros artistas a cobrarem antigas dívidas, algumas vencidas há mais de um ano. É o caso do músico Léo Barreto.
Segundo o guitarrista, ele se apresentou no fim de 2013 em um projeto da Prefeitura chamado Circuito da Música, na Praia do Forte. Passados 15 dias do show, prazo em que normalmente recebia o pagamento, a Secretaria de Eventos não tinha honrado o cumpromisso. Entre desculpas e promessas, o débito ainda se arrasta.
– A desculpa é sempre a mesma: que o processo havia sumido e que eles iam fazer outro processo juntando todas as bandas à quais eles estavam devendo – comentou o músico.
Em outros casos, se as dívidas são mais recentes, os valores devidos são volumosos. Contratado para tocar no Carnaval e nos intervalos dos desfiles da Morada do Samba, o maestro Jessé Menezes estima em quase R$ 30 mil a conta pendurada pela Prefeitura junto ao grupo de músicos.
Mas, diferentemente do que é alegado no caso de Léo Barreto, segundo Jessé, lhe foi informado que o processo se encontra na secretaria de Fazenda para pagamento, que, no entanto, precisa da liberação do prefeito Alair Corrêa (PP). Inspirado pelo exemplo de Taz, o grupo também estuda uma forma de protestar.
– Vamos fazer uma reunião esta semana para vermos uma forma organizada de também cobrar a Prefeitura – disse.
Pelo Facebook, outros artistas se manifestaram, como o guitarrista Tinho Gita, que ameaça recorrer ao MP para tentar receber seu cachê. Segundo Léo Barreto, falta respeito aos artistas locais.
– Não é desculpa não ter dinheiro já que pra trazer artistas de fora e de renome que, são pagos a vista, a Prefeitura tem dinheiro – argumenta o ‘Nome do Rock’.
Procurado, o secretário de Eventos, Édson Leonardes, não atendeu as chamadas da Folha.