A situação é, no mínimo, insólita. Há uma semana, o prefeito Alair Corrêa (PP) anunciou que passaria a se dedicar de forma praticamente integral à Secretaria de Saúde, a fim de verificar possíveis problemas sob sua própria gestão. E, de fato, o mandatário tem se dedicado à tarefa, tanto que já encontrou irregularidades no Hospital Otime Cardoso dos Santos, no Jardim Esperança, enquanto esteve lá, em diligência, na última sexta-feira.

O problema é que seu ‘antecessor’, o médico Carlos Ernesto Dornellas, é quem segue oficialmente respondendo pelo cargo. Confuso? É exatamente isso: o prefeito, com o auxílio da Comissão de Correição, formada por procuradores municipais está fazendo uma auditoria em toda a rede municipal, mas para efeito prático, Dornellas segue despachando normalmente na sede da pasta, em São Cristóvão, e respondendo oficialmente por documentos e repasses do Fundo Municipal de Saúde.

É curioso, pois seguindo a lógica da necessidade de uma investigação minuciosa na rede municipal de Saúde, os problemas encontrados até o momento não foram resolvidos por todos os ocupantes da cadeira até o momento, incluindo o secretário que, agora se sabe, permaneceu no cargo.

Por sua vez, a assessoria da pasta confirmou a informação e disse que Alair Corrêa está atuando apenas como um ‘interventor’ e que Carlos Ernesto Dornellas segue sim, ‘atuando normalmente no cargo de secretário de Saúde’. A secretaria informa ainda que a presença do prefeito na secretaria é com o intuito de ‘acelerar processos’.

Ainda na linha das nomeações ‘para inglês ver’, a nova secretária de Educação, Juciara Dimas, apesar de apresentada com pompa em solenidade à imprensa no último dia 30, só teve seu nome oficializado à frente da secretaria na última quarta-feira, quase duas semanas após o anúncio. Segundo nota da Secretaria, apesar de a publicação ser do último dia 13, ela é retroativa à posse da secretária, no último dia 4.

A expectativa agora é que outros itens da reforma administrativa promovida pelo Governo e dependam da aprovação do Poder Legislativo, como a extinção da Comsercaf, sejam enviadas à Câmara Municipal que, até o momento, só oficializou o reajuste do Cartão Dignidade de R$ 0,50 para R$ 1,50.