NICIA CARVALHO
RODRIGO BRANCO
Um governo feito a anúncios. Assim pode ser classificado o quarto informe que será realizado pelo prefeito de Cabo Frio Alair Corrêa (PP) nesta quinta-feira (1) e que, mais uma vez, anunciará um pacote de mudanças para tentar conter os efeitos da crise na cidade por conta da queda na arrecadação dos royalties, conforme alega a Prefeitura. Entre as medidas, corte de até R$ 12 milhões ao mês nas despesas. Nesta terça (29), a assessoria do governo ainda não sabia informar o local, hora nem o formato do anúncio: se por facebook, vídeo ou entrevista coletiva com a imprensa.
– Você corta despesas baseada numa receita imediata e depois essa receita cai mais ainda então aquilo que você cortou se tornou insuficiente pra manter o quadro geral da Prefeitura. Precisamos eliminar de R$ 10 a R$ 12 milhões, na despesa mensal. Então, vai haver uma grita, naturalmente, que alguns vão perder nessa história. Mas é preciso que a população de CF se conscientize de que eu não corto nada de ninguém porque eu queira cortar, mas sim para salvar a cidade – explicou o prefeito durante entrevista concedida a InterTV na noite da última segunda (28).
Apesar das mudanças, o Cartão Dignidade, que estava ameaçado, deve ser mantido. No entanto, segundo informações, por enquanto por mais 30 dias. Este é o prazo accordado entre a Salineira e a Prefeitura, depois de o Governo Municipal ter pago uma parte da dívida: do montante de R$ 8 milhões, o governo pagou R$ 1 milhão.
Em relação ao lixo, o prefeito afirmou que vai diminuir o número de máquinas e caminhões, assim, como a varrição e os dias de coleta. Na saúde, o alvo dos cortes serão as horas extras, que o prefeito classificou como “vantagens e privilégios”.
– Precisaremos cortar de muita gente porque temos que baixar essa despesa. Eu corto porque não tem como pagar – justificou.
Segundo ele, os programas sociais serão mantidos, bem como toda a estrutura da educação e da Saúde. Sobre a antecipação dos royalties, Alair afirmou que o objetivo “é organizar a cidade para o turismo, para viver quase que exclusivamente das nossas receitas e para que em 2017 ela tenha vida própria porque o empréstimo acaba e o petróleo não volta mais”.