Esperada há tempos pelo MP, a transferência do pai do traficante Cadu Playboy, Francisco Eduardo Freire Barboza, o Chico, foi confirmada ontem pela secretaria estadual de Administração Penitenciária. Chico, preso em janeiro na primeira fase da Operação Dominação, da Polícia Federal e do Ministério Público, foi levado para uma cela isolada do presídio de segurança máxima Bangu 1, na Zona Oeste do Rio.
Chico é acusado de integrar junto com o filho uma quadrilha especializada em lavar dinheiro do tráfico de drogas e desviar recursos da prefeitura de Arraial do Cabo, no período em que foi presidente da Empresa Cabista de Desenvolvimento Urbano e Turismo (Ecatur).
A transferência para o complexo penitenciário de Gericinó era vista como fundamental pelas autoridades, uma vez que, segundo o MP, Chico continuava a comandar o esquema, mesmo preso desde o início do ano.
– Ele recebia quem queria e quantas pessoas queria onde está (presídio Ary Franco, em Água Santa, Zona Norte do Rio). Agendava visitas e isso ficou muito claro. Ele marcava e levava autoridades municipais de Arraial para dentro da cela. Sem dúvida, ainda tinha voz muito ativa nas decisões políticas da cidade – disse o promotor do Grupo de Atenção Especial ao Crime Organizado (Gaeco), Marcelo Arsenio, em entrevista recente à Folha dos Lagos.
Contudo, a realidade daqui por diante promete ser muito diferente. Se os relatos do MP são de que Chico recebia quem queria na sua cela, pelo regime disciplinar diferenciado, ao qual ele agora está submetido, as visitas são restritas a duas por semana. Criado em 2003, o RDD prevê que o preso seja mantido em cela individual 22 horas por dia, com banho de sol de duas horas diárias no máximo. Também não é permitido qualquer contato com o mundo externo. O regime tem duração de 360 dias, podendo ser prorrogado. A ideia é que depois de um tempo, Chico seja novamente transferido.