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Terceira audiência sobre "Faraó dos Bitcoins" é marcada para outubro

Nesta quarta (04) a Justiça ouviu mais duas testemunhas de acusação contra Glaidson Acácio dos Santos

05 setembro 2024 - 10h30Por Redação
Terceira audiência sobre "Faraó dos Bitcoins" é marcada para outubro

A Justiça marcou para 16 de outubro a terceira audiência de instrução e julgamento do processo de Glaidson Acácio dos Santos. Conhecido como “Faraó dos Bitcoins”, ele é acusado de liderar uma organização criminosa em um esquema de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas, e responde por crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta. A data foi anunciada nesta quarta (04), após a 1ª Vara Criminal Especializada de Combate ao Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) ouvir novas testemunhas de acusação na segunda audiência de instrução (a primeira aconteceu em julho deste ano). 

Uma das testemunhas ouvidas nesta quarta foi uma jornalista, que em depoimento contou ter sofrido ameaças quando produzia reportagens sobre o caso. A outra foi um eletricista que publicava vídeos sobre a empresa GAS Consultoria. Em 24 de julho deste ano, outras seis testemunhas de acusação já haviam sido ouvidas em três horas de audiência. O primeiro a depor foi o delegado Guilherme de Paula Machado Catramby, responsável pela operação que resultou na prisão de Glaidson. Ao juiz Gustavo Kalil (da 1ª Vara Criminal Especializada de Combate ao Crime Organizado), o policial detalhou todo o modo de atuação da quadrilha, e revelou ainda como o ex-garçom atuava como líder da organização criminosa. Os policiais, Marcelo Ricardo Santos da Silva e Rubens Barbosa da Silva, também prestaram esclarecimentos na primeira audiência, no entanto, o depoimento deles foi sobre a suposta participação de Glaidson no homicídio de Wesley Pessano, em São Pedro da Aldeia. 

O "faraó", de 38 anos, foi capturado pela Polícia Federal em agosto de 2021. Na época, os agentes encontraram cerca de R$ 14 milhões em dinheiro, além de barras de ouro, jóias e carros de luxo em posse do ex-garçom, totalizando cerca de R$ 470 milhões. Mas, segundo a Polícia Federal, ele movimentou R$ 38 bilhões de reais em seis anos. Além de Glaidson, apontado como líder do esquema, outras 17 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público por envolvimento na organização criminosa, e cinco delas respondem no mesmo processo que Glaidson. Uma das denunciadas é a mulher do “faraó”, a venezuelana Mirelis Diaz Zerpa, presa em janeiro deste ano. Embora estivesse foragida há mais de dois anos, acusada de montar um esquema de pirâmide financeira disfarçado de investimento em bitcoins, a prisão aconteceu devido à ilegalidade da permanência dela nos EUA.  

Glaidson era o principal responsável pela GAS Consultoria, empresa com sede em Cabo Frio, e que teria sido utilizada para dar golpe em milhares de pessoas, oferecendo lucros de 10% ao mês sobre o valor supostamente investido em criptomoedas. Ao todo são quase 600 processos contra o ex-garçom.