Momentos antes da sua morte, Rayzza Ribeiro entrou no carro por livre e espontânea vontade. A conclusão é do delegado da 125ª DP (São Pedro da Aldeia) Jorge Veloso. Ele não descarta a possibilidade de um conhecido estar envolvido no assassinato e esquartejamento da jovem de 22 anos. As investigações já completam mais de duas semanas.
– Já temos certeza que ela entrou no carro espontaneamente. É possível que conhecidos estejam envolvidos, mas não os mais próximos à Rayzza. Ela conhecia muita gente da noite. Pegava caronas. Segundo seus amigos, ela decidia tudo na intuição – comentou.
A prisão do criminoso Michael, mais conhecido como ‘MK’, não colaborou em nada para elucidar o caso. O homem foi detido no fim de semana por roubar um táxi voyage e prestou depoimento sobre a morte da menina na tarde de anteontem. O delegado afirmou que quebrará o sigilo telefônico da jovem e que buscará imagens do polo prata em que ela foi vista em Cabo Frio.
A pressão da sociedade pela solução do caso é grande. Duas manifestações aconteceram em memória de Rayzza: uma em Cabo Frio e a outra em São Pedro. A mãe da vítima, Vania Souza, também cobrou a prisão de quem matou sua filha e pediu empenho das autoridades.
O caso – aliado ao assassinato de Daiana Borges, morta a facadas no dia anterior – despertou o debate sobre o feminicídio na Região dos Lagos e também a falta de segurança das mulheres tanto dentro de casa quanto nos lugares mais desertos.
Entre o último trimestre do ano passado e o primeiro deste ano, os casos de violência sexual contra as mulheres aumentaram 31% na região, segundo os números do Instituto de Segurança Pública (ISP), passando de 105 para 138.
Conselho Comunitário de Segurança debate assunto
O Conselho Comunitário de Segurança debateu mais uma manifestação em homenagem à Rayzza Ribeiro para pedir um basta à violência contra as mulheres na região. O encontro aconteceu na Escola Leaquim Schuindt, próxima ao Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO), do Jardim Esperança, na noite de ontem. A presidente Patrícia Cardinot apresentou o ato na reunião mensal do conselho.
– Tocaremos no assunto na reunião. A suspeita de estupro é grande e vem por parte do próprio delegado pelo que foi apurado. Portanto, o CCS vai fazer uma mobilização para chamar a atenção para esse tema. Até agora fizeram atos isolados. Queremos uma caminhada, um ato de paz, pedindo atenção para a segurança feminina. O número de violência doméstica e da violência contra a mulher é muito grande aqui – afirmou ela pouco antes da reunião.
Também foi debatido na reunião o constante confronto entre facções e o aumento do crime na região.
– Há uma briga de facções que tem que ser debatida na região. A população foi convidada, além de autoridades como o delegado, o comandante, os vereadores para falar sobre o tema. Em Tamoios, a criminalidade está aumentando. Temos que ter uma atenção muito forte. Hoje mesmo recebi mensagens de pessoas de lá dizendo que não podem voltar para casa porque a situação está insustentável.