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Protesto denuncia 4 mil mortes violentas no Rio de Janeiro

Manifestação aconteceu na Praia de Cobacabana em memória às vítimas no Estado em 2015

11 outubro 2015 - 16h18

O estado do Rio de Janeiro registrou cerca de 4 mil mortes por causas violentas de janeiro a outubro deste ano, em uma média de 450 casos por mês. Para denunciar o problema, uma manifestação realizada hoje (11) em Copacabana levou à praia seis caixões pequenos, representando a morte de crianças, e três caixões grandes, lembrando a morte de adultos. Também foram estendidas faixas pretas com os nomes de algumas vítimas.

O protesto foi liderado pela organização Rio de Paz e chamou a atenção das pessoas que passavam pela orla, principalmente dos turistas que aproveitam o feriadão na cidade. O coordenador do Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, disse que o número de mortes e a naturalização da tragédia pela sociedade são inaceitáveis.

“É quase uma Síria. Só no último mês vimos quatro policiais morrerem em serviço, um rapaz morador de favela ser executado pela polícia, uma empresária que teve o carro metralhado ao entrar em uma favela e duas crianças que morreram em meio à troca de tiros entre traficantes e policiais. Isto é inaceitável”, disse Costa, citando números divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), do governo do estado.

O ativista diz que a sociedade precisa se manifestar e cobrar soluções para a violência. “O povo tem que gritar e o Poder Público não pode ficar esperando que a solução esteja apenas na Secretaria de Segurança. Nós precisamos de investimentos nas favelas, combate à desigualdade social, políticas públicas para os pobres. Estamos vendo a aproximação dos Jogos de 2016 e é triste ver que não haverá legados para as duas principais necessidades do Rio de Janeiro, que são o combate à miséria e à violência”.

A turista de Guarulhos (SP) Pâmela Brasílio se surpreendeu com os números da violência no Rio. “É uma brutalidade, principalmente contra crianças, que não têm nada a ver com a violência. Eu fico pensando como as mães reagiram ao ver seus filhos morrerem. É muita tristeza. Eu senti a dor delas”, disse Pâmela, que trabalha como atendente de telemarketing.