Miguel Angel Ruiloba foi morto com três tiros na tarde de domingo
A polícia já identificou e está à procura de Enio Márcio Rodrigues Tanikawa, de 36 anos. Ele é acusado de matar com três tiros, Miguel Angel Ruiloba, de 32, na tarde de anteontem, em São Pedro da Aldeia. Miguel estava em um ponto de ônibus no bairro Balneário das Conchas, com a namorada, Mayara Costa, de 23 anos. Mayara é ex-namorada de Enio.
O delegado-titular da 125ª DP (São Pedro), Jorge Veloso, afirmou que o crime aconteceu por ciúmes de Enio do novo relacionamento de sua ex. Segundo depoimento de Mayara à polícia, o acusado teria tentado insistentente reatar o relacionamento. Como ela se negou, ele matou Miguel. Mayara ainda tentou impedi-lo, mas foi derrubada no chão e machucou a cabeça.
– A única coisa que não sabemos é se houve alguma briga anterior entre a vítima e o acusado – diz Jorge Veloso.
Equipes da Polícia Civil trabalham na procura de Enio desde a tarde do último domingo. Como ele está foragido, o delegado teve que pedir à Justiça a prisão preventiva do acusado.
De acordo com Jorge Veloso, até o momento as investigações dão conta de que Enio agiu sozinho, ou seja, dirigia o proprio carro; parou em frente ao ponto, fez os disparos contra Miguel e fugiu.
– A arma teria sido uma pistola. Vamos fazer busca e apreensão na casa dele, de parentes e no trabalho para tentar localizá-la – relata o delegado.
Por ser um crime hediondo, cometido por motivo fútil, Enio deverá responder por homicídio qualificado. Caso seja preso e condenado, deve pegar, no mínimo, 20 anos de prisão, segundo Jorge Veloso.
Dor e revolta – Familiares e amigos de Miguel Angel prestaram sua última homenagem na tarde de ontem.
O corpo foi sepultado no Cemitério Municipal da cidade, diante do misto de lágrimas, revolta e, principalmente, desejo por justiça.
O curso de História da Estácio – onde Miguel se formou em dezembro – decretou luto. O coordenador Paulo Cotias lembra com carinho do aluno.
– Estava cursando a pós sobre História do Brasil Contemporâneo. O mais triste é que estive com ele na véspera do assassinato. Estava super carinhoso, emocional, falando dos planos de fazer doutorado. Foi uma vida abreviada por causa de uma estupidez – desabafa.
Quem também esteve com Miguel pouco antes do assassinato foi o estudante Antônio Lobo, 20.
– Quando todo mundo estava triste, ele que alegrava a todos.
Professor de História, Leandro Leão, 32, conheceu Miguel na Igreja Presbiteriana do Brasil do Balneário.
– Miguel era uma pessoa do bem. Alegre, inteligente e amigo em todos os momentos.