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Polícia

Polícia alerta sobre golpe aplicado por Whatsapp na região

​Criminosos ‘roubam’ perfil, se passam por conhecidos das vítimas e pedem depósitos

11 maio 2019 - 10h01

RODRIGO BRANCO

Ferramenta cotidianamente usada tanto para trabalho como lazer, o WhatsApp tornou-se um instrumento para que criminosos apliquem um novo golpe na praça. A advertência foi feita pelo titular da 126ª DP (Cabo Frio), delegado Sérgio Caldas, em grupos de segurança pública no próprio aplicativo de conversas instantâneas. De acordo com Caldas, o crime é consumado por meio de sites de compra e venda na internet.

– Recomendo que não atendam a qualquer pedido de depósito ou transferência bancária oriundo de Whatsapp, Telegram e etc. Caso um familiar ou amigo peça algo do gênero, nunca o faça antes de confirmar que realmente é aquela pessoa que está pedindo o valor em tela. O malandro, após clonar o aplicativo, pede para depositar certo valor em contas bancárias, que normalmente foram abertas com documentos falsos ou são de laranjas – explica o delegado.

O secretário de Esportes de São Pedro da Aldeia, Thiago Costa, foi um dos que passou pela situação. Depois de anunciar a venda de um carro por um site de venda, recebeu uma mensagem falsa do portal pedindo a validação de um ‘código de segurança’ por meio de mensagem SMS. Ao validar o código, uma mensagem foi enviada para todos os contatos dele pedindo um empréstimo de R$ 3 mil a ser pago no dia seguinte.

Thiago diz que percebeu que havia algo errado quando amigos e sua mãe começaram a ligar para saber se estava tudo em ordem e qual a razão pelo pedido do dinheiro. O secretário disse que tentou avisar sobre o golpe nas suas redes sociais e para pessoas da imprensa, mas, ainda assim, dois amigos depositaram a quantia e outro a metade dela. O caso foi registrado na 126ª DP.

– Fui até a operadora, que disse que não podia fazer nada porque o WhatsApp pode ser instalado com qualquer operadora. Depois mandei uma mensagem para a empresa pelo zap. Não é bem uma clonagem porque ele (estelionatário) passou a usar o meu zap, que eu não tive mais acesso. Acho que houve falha de segurança por parte do WhatsApp por que permitiu que a minha conta fosse usada de outro aparelho e nem questionou – disse o secretário aldeense, que passou a usar outro aplicativo de mensagens, o Telegram, considerado por ele ‘mais seguro’.

De acordo com o delegado, os golpistas aproveitam as novas tecnologias para sofisticar a atuação criminosa.

– Os estelionatários são criminosos com habilidade para levar suas vítimas ao erro. O advento dos aplicativos instantâneos de mensagens potencializou a forma de agir desses malandros, pois podem enganar as pessoas via internet e aumentar o número de vítimas – explicou o delegado.

Além de Thiago, pelo menos outras cinco pessoas passaram pela mesma situação na região. Na edição do último dia 29 de março, a Folha publicou sobre os novos crimes virtuais aplicados na região. Na ocasião, o alerta foi sobre falsários que se apresentam como intermediários em negócios feitos também por meio de sites de compra e venda.

O criminoso recebe o valor da venda em questão, mas não o repassa para o dono do bem. Na verdade, o estelionatário faz uma falsa transferência para o vendedor do veículo que, em seguida, fez a transferência de propriedade para um ‘laranja’ indicado pelo criminoso. Em geral, a vítima fica segura da situação, pois recebe a imagem de recibo adulterado por computador e repassado por WhatsApp.

O golpe só é percebido quando o vendedor não vê o dinheiro entrar na conta dele e o comprador não recebe o bem ou não pode passar para o seu nome, no caso de veículos.