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Manifestantes não aceitam negociação e Polícia tenta driblar bloqueio

Comando do 25º BPM se desdobra para manter patrulhamento nas ruas de Cabo Frio

10 fevereiro 2017 - 23h49Por Gabriel Tinoco
Manifestantes não aceitam negociação e Polícia tenta driblar bloqueio

Não há acordo entre os familiares de policiais militares acampados na frente do 25º Batalhão (Cabo Frio) e o comando da PM. Enquanto a corporação faz malabarismos para driblar o bloqueio, que se instalou nos portões na noite de anteontem, os manifestantes dizem que não vão arredar o pé dali até que todas as reivindicações sejam atendidas.Segundo elas – a maioria é formada por mulheres –, não pode haver meio-termo.

Na manhã de ontem, o comandante André Henrique de Oliveira tentou duas vezes convencer os manifestantes a abrir passagem, mas eles permaneceram irredutíveis: não aceitam a proposta do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), feita na quarta, de pagar os salários atrasados na próxima terça-feira. Enquanto isso, a ordem do movimento é bem clara: “quem entra, não sai”.

Ontem, os PMs só conseguiram sair porque fizeram a troca de turno mais cedo, por volta das 5h, pela porta de trás.

– Não tem negociação. O comandante conversou com a gente para botar o contingente na rua, mas só vamos liberar quando o governo pronunciar que vai pagar tudo – disse uma das manifestantes, que, como todas as outras, preferiu o anonimato.

Com um problemaço na porta de casa, o comando do 25° Batalhão vem tentando driblar o bloqueio. Na noite de anteontem, as viaturas foram abastecidas antes de o protesto começar – ou seja, foram para a rua de tanque cheio. Os agentes de plantão estavam sendo rendidos por outros na rua, e não no batalhão, como de costume, para evitar o cordão de isolamento do protesto.

Durante todo o dia de ontem, o policiamento também funcionou normalmente. A preocupação dos moradores – e do comando da PM – é de quando a gasolina acabar. Normalmente, os carros teriam que voltar para o batalhão, mas o comando pensa em uma parceria com postos de gasolina para abastecer em outros pontos da cidade, longe da manifestação. No entanto, para isso, seria necessário algum tipo de verba ou acordo.

A Folha procurou o prefeito de Cabo Frio, Marquinho Mendes (PMDB), para saber se viria da Prefeitura esse tipo de apoio. Em nota, ele disse que “está à disposição para colaborar com a resolução dos problemas enfrentados pelos policiais dentro das competências e possibilidades do Governo Municipal”.

Em Arraial, Búzios e São Pedro, não há manifestação impedindo as passagens dos policiais nos Destacamentos de Policiamento Ostensivo (DPO). No entanto, o problema é que as viaturas são abastecidas no 25° BPM e os policiais não receberam nenhuma orientação sobre o que será feito na hora em que a gasolina acabar. Por enquanto, a ordem é para os PMs levarem os carros ao batalhão de Cabo Frio.

Reivindicações – As reivindicações do grupo giram em torno de dois eixos. O primeiro é o pagamento de salários e benefícios (RAS, Proeis, RAS compulsório olímpico e paralímpico, e o 13º salário). Já o segundo é a melhoria na condição de serviço: eles reclamam que as viaturas estão deterioradas e que os coletes estão vencidos ou que não há colete para todos, por exemplo.