A Justiça Federal determinou esta semana que Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o "Faraó dos Bitcoins", seja transferido do presídio federal em Catanduvas, no Paraná, para uma unidade prisional no Rio de Janeiro. A decisão atende a um pedido da Justiça fluminense para que o réu participe de audiências presenciais agendadas para os próximos dias 7, 8 e 9 de outubro.
A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) chegou a sugerir que Glaidson participe das audiências de forma online, através de videoconferência, alegando razões de segurança. A Justiça do Rio, no entanto, manteve a exigência do formato presencial para as oitivas. O juiz responsável pela decisão de transferência citou documentos que indicam que Glaidson continuou a liderar atividades criminosas mesmo após sua prisão em 2021 durante a Operação Kryptos.
Glaidson, que está preso desde 2023 em Catanduvas, enfrenta diversas acusações. Segundo o Ministério Público, ele não liderava apenas esquemas de fraudes financeiras, mas também estaria envolvido na corrupção de funcionários públicos e em assassinatos de concorrentes. O Faraó dos Bitcoins acumula um total de 25 anotações criminais e 73 registros de ocorrências policiais. Estima-se que seu grupo tenha movimentado mais de R$ 38 bilhões.
A decisão judicial não esclareceu, no entanto, se Glaidson retornará a Catanduvas após o término das audiências. Em um trecho do despacho, o juiz responsável pelo caso reconheceu que as audiências poderiam ter sido realizadas virtualmente, mas destacou que não cabe a ele interferir na decisão da Justiça do Rio de Janeiro. A transferência foi baseada no Enunciado nº 42 do colegiado de juízes dos presídios federais, que estabelece que o réu deve ser levado ao seu estado de origem caso a opção por videoconferência não seja adotada.