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Homicídios na Região dos Lagos sobem 31% no verão

Dados apontam para aumento de estupros, mas também redução de roubos e furtos

03 maio 2017 - 09h35
Homicídios na Região dos Lagos sobem 31% no verão

O verão de 2017 foi mais violento se comparado ao do ano anterior. A confirmação veio com o fechamento dos números da criminalidade referentes ao mês de março, que acabam de ser divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) da Secretaria Estadual de Segurança Pública. Levando-se em conta os homicídios dolosos, nos três primeiros meses deste ano, 93 pessoas foram mortas de forma violenta na Região dos Lagos, contra 71 no mesmo período de 2016. Isso representa um aumento de 30,9% de um ano para o outro.

Especificamente em Cabo Frio, a situação é ainda mais alarmante. De janeiro a março deste ano, 43 pessoas foram assassinadas na cidade. O índice é 53% maior do que o registrado no primeiro trimestre de 2016, quando houve 28 homicídios.

Outro crime hediondo, o estupro, também registrou aumento nas sete cidades cobertas pelo 25º Batalhão da Polícia Militar. No primeiro trimestre de 2016, foram 58 casos contra 64 no mesmo período deste ano. Isso significa um acréscimo de 10%. Na contramão da tendência da região, Cabo Frio teve 40% de redução nas ocorrências. Foram 25 entre janeiro e março do ano passado e 15 nos mesmos meses, só que deste ano.

De outro lado, o levantamento mostra que houve redução no número de roubos e furtos durante a alta temporada. De um verão para o outro, os índices caíram 2% e 46%, respectivamente. Em Cabo Frio, esses tipos de crimes também caíram: 42% nos roubos e 55% nos furtos. Porém, um dado chama a atenção. Os roubos de carro aumentaram 41% na cidade na comparação dos verões de 2016 e 2017. Na região inteira, esse número é de 23%.

O comandante do 25º BPM, tenente-coronel André Henrique de Oliveira comentou os números com a reportagem e disse que a crise econômica no Estado e a intensificação do tráfico de drogas refletem-se nas estatísticas. Os números, aliás, servem como objeto para a análise e a distribuição da tropa nos locais considerados mais críticos em termos de segurança.

Para superar os problemas, o comandante afirma que aposta no trabalho de inteligência e na integração com a Polícia Civil e as Guardas Municipais. Ele também considera fundamental a participação da população, com informações nos grupos de WhatsApp.

– A polícia não vai vencer essa guerra sozinha. Todos têm quem estar envolvidos no que concerne à prevenção. O que movimenta o crime é o tráfico. Se não tiver prevenção quanto ao consumo de drogas, que é o que gira essa cadeia, a polícia vai continuar a atacar só as consequências. Tem que haver prevenção nas escolas, políticas de geração de emprego e renda – analisa o tenente-coronel.