O titular da 126ª DP (Cabo Frio), delegado Sérgio Caldas, disse ontem que pediu a prisão de seis suspeitos de participar do sequestro e tortura de três guardas comunitários, na madrugada do último domingo. O delegado acredita que a prisão do sexteto ajude na localização pelas duas vítimas que ainda estão desaparecidas. Os suspeitos já haviam sido identificados pela Polícia Civil na última quarta-feira, mas o delegado afirma que outros homens ligados ao tráfico de drogas na Favela do Lixo estão envolvidos no crime.
Na manhã de ontem, durante duas horas, entre 10h e 12h, foi realizada a segunda rodada de buscas pela região das dunas, nas proximidades do Manoel Corrêa, para tentar localizar as vítimas desaparecidas. Participaram da incursão 20 homens das polícias Civil e Militar, que tiveram o apoio de agentes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A presença da equipe do órgão estadual foi pedida, em função do conhecimento que tem do solo no local.
Assim como aconteceu na primeira investida no local, na última quarta-feira, apesar de a operação ter sido realizada por outro ponto para não chamar a atenção, a equipe foi atacada por criminosos armados e houve confronto, mas desta vez sem feridos. O delegado afirmou que todos os recursos estão sendo empregados para encontrar as vítimas e confortar seus familiares.
– Compartilhamos da ansiedade dos familiares. É uma situação emocional muito delicada. Vamos continuar trabalhando da forma intensa como já estamos. Estamos processando os informes que temos e os que estão chegando. Estamos tentando ferramentas tecnológicas. Representamos pela prisão de seis bandidos que são autores desses crimes bárbaros, cujas prisões podem favorecer a procura pelas vítimas – afirmou Sérgio Caldas.
O crime – Os três rapazes sequestrados por criminosos da Favela do Lixo são do Espírito Santo e estavam há pouco tempo em Cabo Frio. Ele montaram um escritório em Campos dos Goytacazes e vieram para a Região dos Lagos, onde estavam oferecendo serviço de guarda noturno comunitário não armado. Por volta das 23h30 do último sábado, eles foram abordados no bairro Guarani e levados para um local nas proximidades do bairro Manoel Corrêa, onde foram torturados por horas.
Segundo as investigações da Polícia Civil, o trio foi confundido com milicianos pelos criminosos locais. Um dos sequestrados conseguiu fugir até a Vila do Sol, onde vagou até conseguir apoio policial. Em relato aos policiais, o rapaz disse que ele e os colegas foram obrigados a cavar a própria cova. Ele prestou depoimento, participou da primeira rodada de buscas e está ajudando nas investigações.
– Estivemos com a vítima sobrevivente no domingo pela manhã no hospital. Na segunda, ele ficou horas conosco na delegacia e informou que estão há quase três anos prestando esse apoio de serviço comunitário em Campos. A empresa é de lá. Estamos buscando detalhes sobre ela. Eles se estabilizaram e vieram tentar empreender aqui na Região dos Lagos. O primeiro bairro que eles panfletaram e começaram foi o Guarani. Eles não conheciam bem a região. O bairro fica ao lado do Lixo (Manoel Corrêa, também chamado de Favela do Lixo), e eles tiveram esse problema – informou o delegado titular da 126ª DP (Cabo Frio), Sérgio Caldas, ainda no começo da semana.