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Caso Rayzza: delegado suspeita de estupro

Jorge Veloso acredita que crime teria sido cometido por um traficante

27 maio 2016 - 09h49
Caso Rayzza: delegado suspeita de estupro

A polícia caminha às cegas na investigação do assassinato de Rayzza Ribeiro, 21, encontrada esquartejada e carbonizada na segunda-feira, em São Pedro. O delegado responsável pelo caso, Jorge Veloso, afirma que não tem informações concretas sobre a identidade do assassino, mas que desconfia – apesar de não explicar o porquê – tratar-se de um traficante. A investigação já conduziu conversas com amigos e familiares da vítima, mas ainda não chegou a uma conclusão sobre a autoria do crime.

O que o titular da 125ª DP afirma, quase com certeza, é que Rayzza foi estuprada antes de ser morta.

– Hoje (ontem), depois de ouvir familiares e amigos, não tenho uma autoria, mas, pelo que está sendo narrado, a possibilidade de estupro é muito grande. Provavelmente o autor do crime é do tráfico local. Não temos nenhum suspeito ainda. A investigação dependerá das imagens que eventualmente vamos conseguir nas câmeras, na placa do carro que foi usado... A partir dessas premissas vamos chegar a alguém que pode apontar um suspeito – afirmou o delegado.

No último domingo, a aldeense Daiana Borges foi assassinada pelo namorado Rodrigo Alves a facadas, também em São Pedro. A Polícia Civil, no entanto, prendeu o acusado no dia seguinte. Os crimes ganharam repercussão nas redes sociais, e mulheres estão marcando manifestações em Cabo Frio e São Pedro para alertar as autoridades.

A presidente do Conselho Comunitário de Segurança (CCS), Patrícia Cardinot, ressaltou a importância das mobilizações na Região dos Lagos.

– É sempre triste, chocante, receber notícias como essas. Vejo a violência contra a mulher aumentando em nossa região. Embora tenhamos uma Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) muito atuante, sob o comando da Cláudia Faissal, a situação está muito complicada. Eu me coloco totalmente à disposição da organização dessas manifestações, que deveriam até ter mais divulgação. As mulheres precisam de união. Essa é a palavra. Se não houver união, as coisas só tendem a piorar. Com o baixo efetivo, o 25º BPM não vai fazer milagre. E não adianta falarmos de baixo efetivo se o governo está falido – afirmou ela, endossando mais ainda os movimentos das mulheres.

Com a repercussão do ‘mosaico dos sonhos despedaçados’, a capa da Folha com os rostos de mulheres mortas, o delegado da 126ª DP (Cabo Frio), Carlos Abreu, disse que a prioridade da sua gestão são os homicídios.

– A prioridade é homicídio. Tanto que reforçamos o setor. As carências existem, claro, mas estou aqui para gerenciar. No último balanço que fiz, no final de fevereiro, resolvemos 22 casos de homicídio e tentativa de homicídio. O fato que pesa nesses casos das mulheres é o ódio. É um crime de intolerância. Não é um crime de um matador profissional. É parte da cultura que estamos tendo. Essa questão está muito ligada à formação dessas pessoas – comentou o delegado.