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VIOLÊNCIA CONTRA MULHER

Caso Laryssa: imagens de câmeras não ajudam a identificar acusado de assédio

Polícia vai tentar imagens de equipamentos próximos a ponto de ônibus onde o homem estava

11 julho 2022 - 09h35Por Cristiane Zotich

Com ajuda da OAB Mulher de Cabo Frio, o caso da professora cabo-friense Laryssa Costa segue em investigação. Esta semana foram analisadas as imagens internas no veículo da Auto Viação Montes Brancos (que pertence ao Grupo Salineira) que no último dia 20 fez a linha Bacaxá x Cabo Frio com saída às 17h20 do distrito de Saquarema. Segundo Laryssa, neste dia ela foi vítima de assédio dentro do veículo quando voltava de Bacaxá, onde dá aula. O acusado seria um idoso que se aproveitou do fato dela ter dormido para passar a mão na parte interna de suas coxas. No entanto, segundo a presidente da OAB Mulher, Michelli Tito, as imagens não estão nítidas.

A advogada contou à Folha que uma nova alternativa para identificar o acusado será a busca por imagens captadas por câmeras de segurança em Bacaxá, próximas ao ponto onde o homem estava quando acessou o veículo. Em recente conversa com a equipe do jornal, Michelli Tito chegou a lastimar o fato dos passageiros e do motorista do ônibus terem deixado o acusado ter saído do transporte.

– Foi realmente muito triste, muito lamentável tudo isso que aconteceu. Não podiam ter deixado o acusado sair, ir embora. O procedimento correto seria levar tanto a vítima como o abusador para a delegacia mais próxima para medidas legais – ressaltou.

Por conta desse erro, Michelli informou que já fez contato com a empresa de transporte para conversar sobre a possibilidade de um curso mostrando como os motoristas devem proceder em casos de abuso e violência contra a mulher dentro dos coletivos, mas ainda não teve nenhuma resposta.

Num caso recheado de falhas, onde nem a própria polícia especializada prestou o apoio necessário à vítima, expondo-a ainda mais, a presidente da OAB Mulher chegou a revelar que o próprio Boletim de Ocorrência feito no Núcleo de Atendimento à Mulher da Delegacia de Araruama também foi feito de forma errada, e precisará ser corrigido, o que não foi feito até o fechamento desta edição.

– Realmente não podemos deixar esse caso porque outras pessoas, outras mulheres, podem passar pela mesma situação, pela mesma falta de preparo de quem tem o dever legal de proteger e servir o cidadão – concluiu.