Cidade planejada e organizada não se produz com toque de mágica, é claro. Além da vontade política, requer a disposição para antecipar sempre os debates e, através deles, buscar a harmonia de interesses nos mais diversos setores. Se os vereadores estão mais preocupados em trocar nomes de ruas, que fiquem então para eles as questões menores por identificação de estatura.
Cabo Frio, no seu todo, precisa de muito mais para dignificar o seu presente e estrurar o futuro. Por ser uma premissa do turismo de massa, as prioridades observadas devem estar focadas no impacto do acúmulo de pessoas, seja na infraestrutura da cidade ou no impacto social, mas sem abrir mão da sustentabilidade.
Claro que para ordenar multidões não cabe mais atitudes rudimentares, atrasadas e arcaicas. Cabo Frio está em vergonhoso atraso tecnológico e, enquanto permanecer nesta pobreza de conhecimentos, teremos que conviver com a bagunça e a desordem, marcas do turismo predatório.
Mais uma vez este jornal alerta: as praias e toda a cidade precisam ser monitoradas 24 horas, reduzindo custos na repressão e eficiência nas soluções de conflitos. Se este é um passo, existem muitos outros. O rigor no cumprimento das leis vigentes é indispensável, mas, também, é primordial a campanha de conscientização de que aqui temos turismo civilizado.
Turismo de massa não se discrimina, nem se rejeita. Mas a educação, todos sabem, é capaz de transformar tudo neste mundo. A Folha, em seus 32 anos de história, mais uma vez, dará sua parcela de colaboração: o Projeto Verão, sucesso em diversas ocasiões, volta mais uma vez para pensar Cabo Frio e buscar o turismo e a cidade que todos merecem.
