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Vila Nova

Assaltos tornam Vila Nova refém do medo

Crimes recentes fazem moradores pedir mais policiamento no bairro

28 junho 2017 - 08h16Por Texto e foto: Rodrigo Branco
Assaltos tornam Vila Nova refém do medo

A calma aparente das ruas da Vila Nova esconde, na verdade, bastante preocupação. Segundo moradores e comerciantes, des­de o último verão o bairro vem sofrendo com a criminalidade, sobretudo, com os assaltos. O úl­timo deles ocorrido no fim da tar­de de anteontem no Restaurante Costa do Sol, na esquina das Ruas Alex Novelino e Jorge Lóssio.

Aliás, o trecho é considerado um dos mais perigosos daquela região. A poucos metros dali, na última sexta-feira, uma empre­sária foi rendida ao chegar em casa e teve o carro levado por dois assaltantes. O veículo, um Ecosport, foi encontrado depois, no Jardim Esperança. De acor­do com os relatos obtidos pela reportagem, os criminosos agem sempre armados e a pé.

A dona do restaurante, Andréa Moreira, de 46 anos, ainda se re­faz do susto. A empresária fez boletim de ocorrência e entregou à polícia as imagens das câmeras de segurança para tentar identifi­car o criminoso: um homem negro com um boné na cabeça, de apro­ximadamente 30 anos e 1,85 m de altura. Andréa não quis comentar de quanto foi o prejuízo que, se­gundo ela, foi grande. No horário do fechamento do caixa, dois ge­rentes foram rendidos e foram le­vados celulares, cordões de ouro, além de dinheiro do movimento do dia e de rescisões contratuais.

– É um bairro próximo do Centro e da praia. Pior que os bens materiais, foi o susto. A gente se sente inútil. Queremos reforço (policial). Tem assalto na praia, em tudo que é lugar. Daqui a pouco a gente não sai mais de casa – desabafa.

A comerciante Adriana Sá, de 45 anos, viu de perto o roubo do carro e o assalto ao restaurante. Com medo, ela diz que tem fe­chado a loja mais cedo para evi­tar problemas.

– Tinha que ter mais rondas por aqui. A insegurança é total. É complicado se privar de abrir o comércio, enquanto eles andam livremente armados – reclama.

O dono de bar Márcio Guima­rães, de 49 anos, é outro que tem evitado manter o estabelecimen­to, na Rua Mário Quintanilha, aberto até tarde. Segundo ele, quando os últimos clientes dei­xam o local, por volta das 20h30, as portas são fechadas para ‘não dar sopa para o azar’.

– Trabalho antenado, preocu­pado e com medo – resume.

A situação é contraditória, uma vez que o bairro se valorizou no último ano. Segundo pesquisa do Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secovi Rio) publicada pela Folha em maio, os preços dos apartamentos subiram, em média, 11% desde 2016. Para um mora­dor que se identificou apenas como Carlos, a propaganda de ‘lugar pa­cato’ não condiz com a realidade.

– O grande problema são os pequenos furtos e roubos, de ce­lulares e bicicletas. É assim de maneira geral, mas piora no ve­rão, por causa das casas de alu­guel – afirma.

O pensionista José Carlos Ma­cedo, de 61 anos, também toma os seus cuidados e exercita a fé para não ser ‘a próxima vítima’.

– Só ando à noite quando pre­ciso. Cabo Frio está ficando igual ao Rio. Só ele mesmo para nos ajudar – disse apontando para uma das ilustrações de Jesus Cristo que faz para vender.

Procurado, o comandante do 25º Batalhão da PM, tenente-co­ronel André Henrique de Olivei­ra, prometeu reforçar o policia­mento no local.