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CARNAVAL 2023

Vila, Imperatriz e Viradouro elevam nível e são favoritas ao título do Grupo Especial

Escolas dominam segunda noite de desfiles, que teve Portela como grande decepção; apuração começa às 16h

22 fevereiro 2023 - 15h33Por Rodrigo Branco

A segunda noite de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro "subiu o sarrafo" da disputa. Pelo menos, quatro das seis agremiações fizeram grandes apresentações e estão bem cotadas na disputa pelo título. Unidos de Vila Isabel, Imperatriz Leopoldinense, Beija-Flor e Unidos do Viradouro fizeram apresentações tecnicamente perfeitas ou com poucos erros e, cada uma ao seu modo, encantaram o público com belas alegorias e fantasias. 

Capítulo à parte do desfile deste ano, o centenário da Portela começou com muita emoção, mas terminou em decepção para a torcida da Águia e os amantes do samba. A escola de Oswaldo Cruz se enrolou no gigantismo de suas alegorias e abriu dois enormes buracos na pista, o que deve causar problemas no julgamento de evolução. Para piorar, a porta-bandeira Lucinha Nobre teve problemas na armacão do chapéu, que caiu durante o desfile. Uma apresentação para esquecer. Abrindo a noite, o Paraíso do Tuiuti fez um desfile seguro, amparado por um samba valente na voz do estreante Wander Pires, que pode garantir mais um ano de permanência na elite do Carnaval carioca.

Quatro escolas no grupo das favoritas 

A primeira a carimbar a condição de favorita ao título foi a Unidos de Vila Isabel, que trouxe um enredo sobre as festas de origem religiosa. O carnavalesco Paulo Barros optou por um Carnaval mais convencional, sem lançar mão de recursos já conhecidos, como as alegorias humanas. O resultado foi um desfile luxuoso, mas não menos criativo. Uma alegoria de São Jorge, toda espelhada e vazada, recebeu aplausos calorosos da plateia. Na parte musical, mais uma atuação segura do carro de som liderado por Tinga e da bateria Suingueira de Noel, sob a batuta de Mestre Macaco Branco. Sem apresentar falhas evidentes, a Vila deixou a pista convicta de que pode ocupar o alto da tabela.

A disputa, porém, promete ser ferrenha, pois logo em seguida, a Imperatriz entrou na passarela disposta a entrar na luta pelo título que não vai para Ramos desde 2001. E a missão foi cumprida com louvor. Na estreia do carnavalesco Leandro Vieira na Verde e Branco, a escola apresentou um visual de tirar o fôlego para defender o enredo que propunha uma fantasia sobre o destino do cangaceiro Lampião após a sua morte, dentro da proposta da literatura de cordel. 

Com fantasias de alto grau de requinte e alegorias extremamente criativas, bem acabadas e cheias de detalhes, a Imperatriz impressionou o público com uma estética onírica, que remete ao universo dos sonhos, de acordo com a proposta fantasiosa do enredo. O ótimo samba também rendeu muito bem na voz do também estreante na escola Pitty de Menezes, ao som da competente bateria de Mestre Lolo. A melhor apresentação no Especial em muitos anos, na busca pelo nono título do Carnaval.

Por sua vez, a Beija-Flor de Nilópolis ofereceu ao público o que tem de melhor: o canto e o chão de sua comunidade. Isso não significa que a escola tenha se resumido a isso. Aliás, é difícil saber onde a escola da Baixada Fluminense pode perder pontos, dentro da sua proposta de  novamente levar um enredo politizado, sobre os grupos historicamente marginalizados na socidade, em meio à celebração do Bicentenário da Independência do Brasil.

Com um belo conjunto visual; além da já habitual excelência na harmonia e do bom desempenho na parte musical, a escola de Nilópolis está no páreo para conquistar o 15° título de sua história.

A Unidos do Viradouro também não desperdiçou a chance de também se alinhar às postulantes ao título. A escola de Niterói fez uma apresentação sem erros, que comoveu o público para trazer a história da santa africana Rosa Maria Egipcíaca. A Vermelha e Branca abusou do bom história e do requinte nas alegorias e fantasias. Destaque ainda para a apresentação da comissão de frente e do casal Julinho e Rute Alves. No carro de som, o cantor Zé Paulo Sierra teve mais um desempenho seguro, amparado pelo arsenal rítmico da bateria de Mestre Ciça.

Um desfile de encher os olhos do público e de esperança o coração niteroiense, em busca do quarto título do Grupo Especial.

A resposta virá nesta quarta (22), a partir das 16h, com a apuração das notas, na Praça da Apoteose.