GABRIEL TINOCO
“Andando pela cidade, encontrei um enroladinho de papel, bem arrumadinho, sabe? Achei lá em frente à barbearia de Totô, no Centro de Arraial do Cabo, perto do Açougue do Chiquinho, ali no centro mesmo, numa ruazinha que desce. Levei o papel para casa, abri e vi que havia 2500 reais”. Seria só uma grata surpresa, não fosse a escolha de Joaquim da Silva, 78, conhecido como Quebra Galho, devolver o envelope que continha mil reais a mais do que a sua renda mensal – muito para um vendedor de móveis usados, pouco para seu Joaquim. Ele anunciou o achado, que não foi roubado, na Rádio Ondas. Na manhã desta quinta-feira (10), Adriano da Silva, dono de uma padaria, recebeu o dinheiro que havia perdido em mãos no Programa do Amaury Valério.
– Deixei o telefone lá no Amaury. Uma pessoa que ouviu, ligou para lá dizendo que era o dono do dinheiro achado pelo Quebra Galho. Confirmei o nome através do boleto e pude entregar o valor direitinho. Estou muito feliz. Já fiz outras devoluções e essa nem deve ser a última – comentou, radiante de alegria.
A nobreza do gesto é expressa no modo simples de falar, com um ensinamento herdado na infância, repassado de pai para filho através da melhor maneira possível: o bom exemplo.
– Meu pai sempre me ensinou a ser honesto. Veja como é: aquilo que não é da gente, a gente procura devolver. Tenho dez filhos e passo para eles de uma vez só, com o exemplo. Graças a Deus todos são trabalhadores e nunca precisaram de nada que não é deles.
Não é a primeira vez que o cabista prova a sua honestidade. Joaquim lamenta que nem todos os brasileiros sigam o ensinamento do seu pai.
– O Brasil precisa de gente honesta. Infelizmente, a gente elege uma cambada para nos envergonhar – comenta.
*Leia a matéria completa na edição impressa do jornal desta sexta-feira (11)