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Upa de São Pedro vira caso de polícia

Pai alega que filha não recebeu atendimento e recorre à PM

13 janeiro 2015 - 10h22Por Rosana Rodrigues|Foto: Arquivo Folha
 Upa de São Pedro vira caso de polícia

O atendimento restrito a crianças na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Pedro da Aldeia virou caso de polícia na cidade. Ao chegar na noite de domingo (11) à unidade com a filha, de seis anos, que sofre de convulsão e utiliza medicamentos controlados, um empresário do município, que preferiu não se identificar, informou à equipe da Folha dos Lagos que o atendimento à criança teria sido recusado pela atendente da unidade.

Segundo ele, uma pessoa responsável pela direção reiterou a orientação da atendente e informou que, como a criança não estaria com febre, não poderia receber socorro, já que o atendimento a menores estaria direcionado somente a casos graves. Quando percebeu que sua filha não seria atendida, o pai chamou imediatamente a polícia.

– Os policiais foram muito prestativos. No entanto, nem eles conseguiram viabilizar o atendimento – afirmou o responsável.

O pai ainda argumentou que a criança havia tomado antitérmico e que, assim que passasse o efeito do remédio, a febre voltaria. Nem mesmo com tantos pedidos, o responsável conseguiu que sua filha passasse pela avaliação médica da pediatra.

Com tantas recusas, o empresário se dirigiu à UPA de Cabo Frio, cujo atendimento demorou somente cindo minutos e o especialista da unidade diagnosticou com infecção na garganta.

– Um caso simples que poderia ser resolvido lá mesmo, sem qualquer transtorno. Eu não posso comprar estes remédios sem prescrição médica, sem a avaliação de uma especialista. É um absurdo esta omissão de socorro. Aliás, é um crime – disse o pai.

– Estes casos lamentáveis só ocorrem porque muitos funcionários agem por conta própria, sem qualquer comunicação, de fato, às esferas superiores e, ainda contam com a vulnerabilidade dos pacientes. Tive que me locomover com

O empresário afirmou que teve que se deslocar cerca de 15 quilômetros para chegar à unidade da cidade vizinha.

– A minha filha estava debilitada e a locomoção nesta época de alta temporada é muito difícil, além o transporte demorar pelo menos o dobro do tempo do que o normal quando a região não está abarrotada de gente – observou.

Plantonista faltou, diz coordenação

Em nota enviada à Folha dos Lagos, a coordenação da unidade de Pronto Atendimento de São Pedro da Aldeia informou que dois médicos pediatras estavam escalados para o plantão da noite de domingo. No entanto, um médico não compareceu, sem justificativas. 

A coordenação da UPA afirmou ainda que todos os pacientes que procuraram a unidade foram acolhidos e passaram pela classificação de risco, com prioridade de atendimento aos casos mais graves. Entre 19h até 7h, a unidade atendeu 55 crianças.

Ainda de acordo com a nota,  desde 2009 a Secretaria de Estado de Saúde instituiu o ponto biométrico para monitorar a falta de funcionários nos plantões de hospitais e UPAs da rede estadual, o que tem reduzido o número de faltas.

Quando o sistema começou a ser implantado havia registro de até 45% de faltosos. Hoje, a média é de 12% nas UPAs e 0,5% nos hospitais da rede estadual.