Há alguns dias, quem procura a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Parque Burle encontra a porta principal trancada, poucos médicos e nenhum pediatra. Não bastasse, os familiares dos pacientes têm que aguardar em pé, do lado de fora da entrada de ambulâncias, para ter alguma informação sobre o estado de saúde de parentes. Esse foi o cenário que a reportagem da Folha encontrou ontem pela manhã, denunciado por leitores e internautas no Facebook. Eles também reportaram a retirada de equipamentos e mobiliário da unidade. A administração, em resposta, afirmou que apenas os casos muito graves estão sendo atendidos e que somente material de propriedade do Governo do Estado continua na UPA.
– A Saúde está um caos. A gente não consegue nenhum tipo de atendimento decente. Vim atrás de receita para remédio controlado e dei de cara com a porta trancada. Não tem médico, não tem receita. No PAM não tem atendimento, consulta para psiquiatria só dia 21. Está muito complicado – disparou Luzinete da Silva, 52, moradora do Jacaré. A dona de casa Creuza Maria Cardoso, 60, aguardava em pé, do lado de fora e sob o forte calor, alguma informação sobre a filha que estava no soro.
– Ela só entrou porque estava se sentindo muito mal, mas não deixam a gente entrar. Tem uma recepção na entrada das ambulâncias e a gente tem que aguardar por aqui – reclamou.
Uma paciente que não quis se identificar contou que a UPA está vazia, com pouco mobiliário e que só foi atendida porque pediu testagem para vírus HIV.
– Não tem nada, está muito difícil o atendimento. Até quando ficaremos abandonados? – questionou ela, que é moradora do Jardim Caiçara.
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