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LGBTQ+

‘Uma conquista histórica na cidade e na região’, diz superintendente LGBTQ+ de Cabo Frio

Matheus Cardoso quer capacitação para servidores e planeja políticas públicas contra a homofobia

26 julho 2019 - 20h20Por Fernanda Carriço I Foto: Divulgação
‘Uma conquista histórica na cidade e na região’, diz superintendente LGBTQ+ de Cabo Frio

Formado em eventos e formando em Marketing, Matheus Cardoso assumiu a Superintendência de Políticas Públicas LGBTQ+ da prefeitura de Cabo Frio há nove dias. Neste período já lançou um Canal de Denúncia contra a homofobia através do WhatsApp. De 2008 até  agora foram 32 casos de mortes registradas por homofobia na cidade. 

– Nosso maior desafio é sobrepor a falta de conhecimento da população de uma forma geral. Muitos, em sua grande parte por ignorância, acabam nos atacando se nem ao menos saber quais pautas lutamos ou quais são nossas principais reivindicações – conta Matheus que pretende também realizar na cidade um casamento coletivo civil homoafetivo. 

Folha dos Lagos – Como você define a oportunidade de a cidade ter uma superintendência voltada pros direitos LGBTQ+?
Matheus Cardoso –
É uma conquista histórica na cidade e na região, uma vez que Cabo Frio é pioneira em ter um espaço institucional e formal de luta por essa população. Felizmente, agora temos um espaço onde a implementação e garantia das políticas públicas com pauta na comunidade LGBTQ+ pode acontecer.

Folha  – Quais são suas principais metas?
Matheus –
Assumimos essa gestão com uma enorme demanda e para que consigamos executar com maestria todos os projetos que conseguimos identificar como primordiais nesse primeiro momento montamos um plano de trabalho, subdivido por secretaria/áreas. Assim, nossa principal meta é seguir esse plano e fazer com todas as ações pensadas saiam do papel, como por exemplo uma capacitação com temática de Direitos Humanos voltada para servidores do município e a promoção do casamento coletivo civil homoafetivo.

Folha – Numa sociedade preconceituosa, quais são os maiores desafios?
Matheus –
Hoje, nosso maior desafio é sobrepor a falta de conhecimento da população de uma forma geral. Muitos, em sua grande parte por ignorância, acabam nos atacando se nem ao menos saber quais pautas lutamos ou quais são nossas principais reivindicações. 

Folha – De que forma a comunidade LGBTQ+ pode se sentir representada com essa superintendência?
Matheus –
Desde o primeiro momento em que assumimos esta pasta o nosso principal foco é a participação social, acreditamos que por esse caminho garantimos não somente a representatividade da comunidade LGBTQ+ cabofriense, mas também temos acesso a toda demanda que vem desta. 

Folha – A superintendência pretende desenvolver algum trabalho com as autoridades policiais?
Matheus –
Sim, a participação das autoridades policiais assim como a de todos os órgãos que atuem na área da Segurança Pública é fundamental para o combate à discriminação e violência contra nossa comunidade motivada por preconceito. Uma das nossas primeiras ações a serem executadas é o mapeamento dos principais pontos onde ocorram crimes de intolerância e a garantia da segurança da população LGBTQ+ nos espaços públicos, culturais e de lazer. 

Folha – Como você avalia o momento da classe no país?
Matheus –
Nacionalmente temos passado por momentos cruéis e sombrios, onde a propagação do ódio tem tomado proporções maiores do que imaginávamos. Sobre tudo, nós, enquanto militância, temos somados forças e resistido a todos os ataques que temos sofrido. Nossa luta é em função do amor e o amor sempre vence. 

Folha – Você tem dados de casos de homofobia na cidade? Se não, pretende fazer esse trabalho pela superintendência?
Matheus –
De 2008 até o ano corrente já tivemos 32 casos de mortes registradas por homofobia. A implantação desse organismo em defesa da comunidade LGBTQ+ agirá positivamente na diminuição desses casos, inclusive esta semana lançamos o canal de comunicação direta com a Super LGBTQ+ pelo WhatsApp, através do número (22) 9.9225-6758, onde além de recebermos denúncias estamos prontos a atender toda a população, independentemente de segmentos, gêneros, credos, convicções ou ideologias políticas.