FERNANDA CARRIÇO
Aos 18 anos, Francisco Abreu Victer, ex-aluno do Instituto Federal Fluminense (IFF) de Cabo Frio, multiplica com o talento para os números as condecorações em sua prateleira. Ontem, no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, recebeu a a medalha de prata da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) de 2018. Ela se soma à prata na Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP), um ouro na Olimpíada de Matemática Canguru e pata nacional na Olimpíada Internacional Matemática Sem Fronteiras, da França.
– Recebi hoje [ontem] medalha de prata na OBMEP, que é a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. Recentemente, a olimpíada, que é a maior prova da América Latina, com mais de 18 milhões de alunos participantes pelo Brasil inteiro, e que passou a ser aplicada também nas escolas privadas. A prova é dividida em três níveis de complexidade, dois para o Ensino Fundamental e um para o Ensino Médio, no qual participei nesses últimos três anos. Nesse nível, são distribuídas cerca de 14000 menções honrosas, 1500 medalhas de bronze, 500 medalhas de prata e 100 medalhas de ouro – conta Francisco.
As participações dele já começaram vitoriosas. No primeiro ano, recebeu uma menção honrosa. No segundo, medalha de bronze.
– E, agora, recebo uma medalha de prata, ficando a 23 colocações de receber uma medalha de ouro – conta ele, que ressalta que nunca foi de virar a noite para estudar:
– Prefiro qualidade à quantidade.
Francisco ainda dá dicas para quem quer se aventurar em provas desse nível.
– Existem excelentes ferramentas de ensino pela internet e, como o que a prova exige é majoritariamente lógica, o estudo formal não é tão importante. Se preocupem menos com o quanto vocês estudam e mais com o quão produtivo está sendo esse meio de estudar.
Filho do ex-secretário Estadual de Educação e também ex-presidente da Cedae, Wagner Victer, morador de São Pedro da Aldeia desde que tinha um aninho apenas, Francisco passou para uma das mais concorridas universidades públicas do país e está cursando o primeiro período de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
– Como pai e ex- secretário Estadual de Educação que sempre acreditou no ensino público de qualidade, fico muito satisfeito com o desempenho dele e de outros jovens da nossa rede estadual. As Olimpíadas do conhecimento existentes no país têm sido fundamentais para descobrir e desenvolver talentos – afirmou Wagner Victer, que atualmente é diretor geral da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Assim como o pai, o medalhista reconhece a satisfação em ter o conhecimento.
– É uma excelente experiência para um estudante de Ensino Médio participar desse circuito de medalhas. Há um sentimento de retorno e autossatisfação que é difícil de se encontrar em outros espaços da escola.
E se engana quem pensa que Francisco gosta apenas das disciplinas de exatas.
– Gosto bastante dessas disciplinas, mas, ao contrário do estereótipo, também adoro História e Filosofia – finaliza.