“Uma menina muito feliz, alegre, não tinha tempo ruim para ela. Ajudava a todos e vivia para a filha”. As palavras de Débora Jamille, tia da vítima, descrevem a jovem Joyce Santos, de 21 anos, encontrada morta na segunda, em casa, no bairro Pitangueira, em Arraial do Cabo.
– Ela matava um leão por dia para sustentar a filha. Era louca por ela. A morte dela deixa um buraco enorme na família – afirma, consternada.
Débora conta que falou pela última vez com Joyce, que trabalhava num supermercado da cidade, no domingo. Que ela era muito vaidosa, mas que estava “sem vaidade nos últimos tempos, acho que porque estava sofrendo no casamento”. Segundo Débora relata, amigos contaram que Joyce sofria violência doméstica e que o marido seria dependente de drogas.
– Ela estava recebendo visitas estranhas no mercado que trabalhava, como se fosse gente indo cobrar dívida de drogas do marido. Inclusive foram até a casa do avô dela, meu sogro, e levaram uma televisão para pagar as drogas dele. Ele veio e bateu no meu sogro, mas só soubemos disso agora – relata.
Ainda de acordo com a tia da vítima, o marido de Joyce teria ligado para o pai, em Duque de Caxias, para avisar que havia agredido a jovem.
– Ele ligou para o pai e avisou que havia batido nela e que deixou ela desmaiada em casa. O pai dele ligou para o avô dela e avisou. Foi aí que corremos na casa dela e aí já era tarde. Ela estava com R$ 70 na mão, amassados, como se ela tivesse feito força para não dar o dinheiro. Tenho certeza que ele forçou para pegar o dinheiro e comprar drogas – afirma Débora.
Joyce tinha sinais de esganadura, e a polícia já tem um suspeito do feminicídio.
– Já ouvimos testemunhas, já temos um suspeito e até o final desta semana devo entrar com a representação pela prisão dele. Mas não posso dar detalhes para não atrapalhar a investigação – afirma a delegada Flávia Monteiro de Barros, da 132 DP.
O corpo foi enterrado na tarde de ontem no Cemitério Santa Izabel, em Arraial do Cabo.