“O número de telefone não está em serviço no momento. Ve­rifique o número discado e tente novamente” ou “Este número de telefone não existe”. Em vez de ouvir a voz de algum dos milha­res de servidores da Prefeitura de Cabo Frio alocados em diver­sas secretarias municipais, é com uma gravação fria que o morador se depara ao buscar por serviços ou informação ao telefonar para a administração municipal.

A Folha “percorreu” a ma­ratona de telefonia em horários diferentes, de manhã e à tarde: dos números de telefone das 15 secretarias que constam na pá­gina oficial do governo na in­ternet, 12 eram “respondidos” pela gravação acima – o mesmo aconteceu para o número da Pro­curadoria Geral. Em duas pastas municipais o número chamou, mas ninguém atendeu, inclusive no número geral da prefeitura, e em apenas duas um servidor atendeu a ligação.

– Seja por questões técnicas ou por falta de pagamento, é um direito coletivo de acesso a informações, um serviço essen­cial à população que não está sendo prestado. O consumidor/cidadão pode inclusive solicitar uma investigação no MP sobre o porquê de os telefones não fun­cionarem – explicou o advogado Renato Gonçalves, especialista em Direito do Consumidor.