RODRIGO BRANCO
Quase um mês depois que uma matéria da Folha mostrou a proliferação de algas verdes na Lagoa de Araruama, próximo ao bairro Palmeiras, em Cabo Frio, por causa do despejo de esgoto ‘in natura’, não dá para dizer que nada mudou. Pelo contrário, do início de agosto até agora, ao menos visualmente, a impressão é que o problema se agravou. Na opinião do ambientalista Daniel Ribeiro, do movimento Lagoa Limpa, são necessárias ações de longo prazo para resolver de forma definitiva a questão.
– Fico muito triste ao ver o estado em que a Lagoa se encontra. Nasci e cresci em suas margens e ver o estado em que chegou é de dar dó. Nos últimos anos, essas cenas de poluição são frequentes e o pior é que nada é feito para reverter esse quadro. Sempre medidas paliativas com curto prazo de validade. Precisamos aacabar com o despejo de esgoto na Lagoa de Araruama e iniciar o quanto antes um trabalho contínuo de dragagem no canal do Itajuru ou vamos ver a Lagoa se transformar em uma segunda Baía de Guanabara – antevê Daniel.
Conforme já tinha declarado à Folha da última vez, o secretário municipal de Meio Ambiente, Jaílton Dias Nogueira Júnior, reiterou que uma série de medidas foi adotada para conter o problema. No entanto, ele enfatizou que, mesmo com o despejo de esgoto na laguna durante tantos anos, estudo de balneabilidade encomendado pela concessionária de abastecimento de água e esgoto Prolagos, por determinação da secretaria, aponta que as águas não representam perigo para a saúde humana.
– Num trabalho com o IEAPM (Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, ligado à Marinha), foi verificada a dominância natural dessas algas desde a boca da Barra, em frente ao Lanche do Operário; passando pelo trecho em frente ao Dormitório das Garças. São décadas de despejo de esgoto, com todo o aporte indo para o fundo, mas o que importa é que isso não afeta o ser humano – afirma.
Ainda segundo Jaílton, a concessionária se comprometeu a fazer a limpeza da parte da borda areia impactada pelo fenômeno. Do lado da Prefeitura, obras civis e fiscalização de ligações irregulares prometem acabar com o problema. Embora já tenha apresentado relatório indicando que não tem relação com o ‘tapete’, o shopping Park Lagos também se comprometeu a fazer nova vistoria.
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