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Inovação

​Startup Four Teen recebe apoio da Coordenadoria-Geral de Ciência,Tecnologia e Inovação

​A iniciativa, que recebeu aporte de R$ 100 mil da StartupPro, uma aceleradora de startup’s, é comandada por meninos com idades entre 11 a 17 anos e produz imagens aéreas com drones para gerar conteúdo digital

08 agosto 2019 - 17h20Por Redação I Foto: divulgação
​Startup Four Teen recebe apoio da Coordenadoria-Geral de Ciência,Tecnologia e Inovação

A startup Four Teen, desenvolvida por quatro jovens do ensino fundamental da rede municipal e estadual de Cabo Frio, aderiu ao ecossistema de inovação Vale do Sol, lançado no Rio Info Cabo Frio, e selou parceria com a Coordenadoria-Geral de Ciência, Tecnologia e Inovação (Cogetei). A iniciativa, que recebeu aporte de R$ 100 mil da StartupPro, uma aceleradora de startup’s, é comandada por meninos com idades entre 11 a 17 anos e produz imagens aéreas com drones para gerar conteúdo digital.

Eric Júlio (11 anos), Ezequiel Gomes (14) e Cleiton Andrade (17 anos) são alunos da Escola Estadual Aspino Rocha e Enrique Tavares (12 anos) estuda na Escola Municipal Professor Edilson Duarte. Todos são inscritos da ong Centro de Atenção ao Jovem Espaço Feliz (Cajef), que atua na comunidade do Jacaré. Cleiton, após frequentar a instituição desde os 12 anos, atualmente é instrutor da entidade e também colabora com o aprendizado dos mais novos.

A ideia de formar a recém-criada Four Teen surgiu do interesse mútuo do quarteto por tecnologia, pelos laços de amizade que os une e pela orientação da Startup Pro. Os relatos se misturam na gratidão e no amor por Rosa Brandão, ex-presidente do Cajef, que morreu há um ano em decorrência de um câncer.

Numa das atividades de campo desenvolvidas pela ong, o CEO da Startup Pro acompanhou o grupo. Posteriormente, com apoio do Cajef, formou uma turma com 40 alunos para aulas de pilotagem de drone e edição de vídeo. Pronto. Eles não sabiam ainda, mas estava dado o primeiro passo para o surgimento da mini-empresa.

“Desde quatro anos mexo com tecnologia, com computador, sempre gostei e tive oportunidade de aprender. Sei que é bom para o meu futuro e vou agarrar com unhas e dentes para fazer dar certo. Mas sempre trabalhando em equipe, um ajudando o outro. Nesse sentido, a Rosa foi uma mãe para gente”, contou Enrique, que tem diploma de informática básica e está há cinco anos na ong.

Apesar da pouca idade, os jovens demonstram consciência da oportunidade e da responsabilidade de abraçar um projeto tão importante. Mas ao contrário de intimidar, o tamanho da tarefa os estimula e do grupo inicial, 17 se formaram com destaque, entre eles os quatro jovens. Para Cleiton, instrutor da ong, o exemplo de Rosa é o que os faz perseguir os sonhos.

“É bom tudo que está acontecendo porque posso mostrar que podemos ganhar dinheiro e conquistar várias coisas com outras atividades. A Rosa era uma mãe, nos incentivava muito, era guerreira, lutava por nós, apoiava. A morte dela foi um baque e deixou todo mundo sem norte. O exemplo que ela deu é o que nos incentiva a buscar um futuro melhor para gente. Ela participava de tudo na ong e sou grato porque a iniciativa dela nos proporcionou o momento que estamos vivendo hoje”, afirmou.

Além de gravarem as imagens, os jovens editam os vídeos e dentro da Four Teen o trabalho é bem dividido sobre quem faz qual tarefa. Ezequiel, por exemplo, é responsável pela edição inicial das imagens (escolhe os takes, monta as cenas com as melhores partes, remove ruídos etc) enquanto Enrique finaliza os vídeos (efeitos e filtros). Ao ser indagado sobre essa organização, Ezequiel é taxativo. Quer ser diferente.

“Desde criança sou apegado à tecnologia. Não tinha acesso a computador, só quando ia na casa do meu avô e aí eu ficava o dia todo acessando. Então, o Cajef e a Startup Pro me deram a chance de aprender, de mexer com tudo isso e como todo mundo prefere ser piloto de drone fui para edição. Tem que ser diferente”, contou entre risos.

O mais novo sócio da Four Teen, Eric, de 11 anos, afirma que o contato com a tecnologia e com o curso o fez descobrir a paixão pelas atividades que hoje desenvolve. E é categórico ao definir o que eles estão vivendo.

“Estou muito feliz, parece um sonho”, contou o menino que desde os sete anos frequenta o Cajef.