Com apenas três anos de fundação, uma startup da Região dos Lagos comemora o reconhecimento conquistado no maior encontro das Américas nos setores de inteligência geográfica, drones, espaço e eVTOLs: a MundoGEO Connect e DroneShow. O evento, realizado em São Paulo e promovido pela Italian Exhibition Group (uma das principais empresas organizadoras de feiras e congressos da Europa), reuniu, este ano, mais de oito mil profissionais de 33 países, 200 marcas e 180 palestrantes nos cursos, seminários e fóruns, e também concedeu à Educadronez o primeiro lugar no concurso de startups (categoria especial de educação) promovido em parceria com a Motus.LAB by Mango Ventures Brazil.
Um dos fundadores da startup local, Ivan Rollas conversou com a Folha esta semana, e falou sobre este importante reconhecimento.
– Nós estamos extremamente orgulhosos e felizes por receber este reconhecimento no MundoGEO e DroneShow 2024. Esta vitória é um testemunho do trabalho árduo e da dedicação da nossa equipe. Agradecemos profundamente a todos os nossos parceiros e apoiadores. Estamos mais motivados do que nunca a continuar desenvolvendo soluções que transformem a educação e preparem nossos jovens para um futuro brilhante e tecnológico – destacou, lembrando que a Educadronez é uma EduTec que apresenta solução inovadora, com uma abordagem educacional prática e envolvente e que se utiliza de drones programáveis como ferramentas de aprendizado.
– Nosso modelo de ensino é baseado na metodologia S.T.E.A.M. (Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) e proporciona uma experiência educacional dinâmica que combina teoria e prática – revelou Ivan.
Os drones da startup da Região dos Lagos possuem sensores avançados e programáveis em linguagens como Blockly, Scratch e Python, sendo esta última a mais importante e utilizada em todo o mundo, principalmente para Análises de Dados Geoespaciais, o que, segundo Ivan, “é o carro chefe e o nascimento da ideia do projeto”.
– Com a Educadronez os alunos mergulham em um aprendizado lúdico e desafiador, preparando-os para o mercado de trabalho moderno, mas de forma divertida. Nosso método começa com drones de brinquedos, passando para o de programação, que se inicia com a montagem dos códigos como se fossem pequenas peças de um quebra cabeça, e ao lado da tela ele já vai vendo a programação sendo construída e assimilando os comandos que estão sendo executados. Em seguida, após todos os comando de decolagem, desvios de obstáculos e pouso (entre outros) estarem prontos, basta apertar o play e pronto, “seu código voa”. Ou seja, todo aprendizado é pautado em uma fórmula que estimula o aluno a entender e escolher o melhor direcionamento profissional para seu futuro, levando-se em conta uma série de dados – explicou Ivan Rollas.
Ainda em fase de validação do modelo de negócios, a Educadronez já está em conversa com as Secretarias de Ciências e Tecnologia de Cabo Frio, Arraial do Cabo e Saquarema. Também está em negociação avançada com uma escola de programação do Rio de Janeiro, e com possibilidades de fazer parte de alguma grade do curso de pós-graduação em Tecnologias Digitais Aplicadas ao Ensino, do IFF Campus Arraial do Cabo.
– Diretamente ainda não estamos operando com os cursos, apenas no âmbito de palestras e incentivos às tecnologias e possibilidades de profissionalização para além das profissões mais tradicionais como medicina, direito, arquitetura e outras, já que essas tais geotecnologias são novas e normalmente são ferramentais para outras profissões – esclareceu Ivan, que é professor de geografia e possui pós-graduação em Geoprocessamento, e se diz “apaixonado por esta ferramenta e torná-la acessível a outras pessoas, deixando um legado que apelido de ‘Geoevangelizar’”.
Ivan destacou, ainda, a importância da integração de tecnologias emergentes e do papel de projetos que conectam educação, tecnologia e inovação.
–Participar de eventos como o MundoGEO e DroneShow é crucial para fomentar a inovação e o desenvolvimento tecnológico, proporcionando um ambiente onde startups, como a Educadronez, podem apresentar suas soluções e ganhar o reconhecimento que merecem, além de abrir nossas mentes para o que se é produzido nas grandes capitais. Então deixo meu apelo aqui para que o poder público fomente a ida de profissionais e sua própria visita a feiras como essa, para que possamos diminuir esse abismo tecnológico dos grandes centros. Cabo Frio e região podem se tornar núcleos tecnológicos como o Vale do Silício, por exemplo – revelou Ivan Rollas.