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SindMed RJ

Sindicato estadual dos médicos do RJ recebe denúncias

Órgão tenta audiência, mas não consegue agendar pelo telefone da Prefeitura de Cabo Frio

10 março 2016 - 11h11

“Trabalho há 20 anos no serviço municipal de Saúde em Cabo Frio e nunca vi tanta precariedade nas condições de trabalho, assim como em relação a medicamentos e insumos. Falta tudo, desde remédios básicos quanto aqueles usados no tratamento de hipertensão e diabetes, além de produtos como gaze e esparadrapo”. O depoimento de um médico que não quis se identificar é um dos motivos pelos quais o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro quer agendar uma audiência com o prefeito de Cabo Frio Alair Corrêa (PP), sem data marcada para acontecer. Jorge Darze, presidente do sindicato, fez o pedido por e-mail, já que os telefones da prefeitura continuam com defeito.

– Queremos conversar sobre essas denúncias que recebemos. Foram várias, sobre falta de condição de trabalho e até de pagamento. Mandamos o e-mail e deixamos em aberto para que escolha a data que for mais conveniente para o prefeito – contou Vânia Loureiro, secretária-executiva do SinMed do Estado.

Uma enfermeira contratada, que trabalha no posto de saúde do Jardim Peró e que também optou por não se identificar, afirmou que a falta de remédios é comum, assim como de materiais como gaze, soro, esparadrapo, álcool e, até mesmo, vacinas para crianças.

– O fornecimento de medicamentos de uso contínuo e os básicos está horrível. Até os que a gente deveria fornecer gratuitamente também não estão chegando. Não tem curativo suficiente para atender a população, muito menos àqueles que precisam fazer a troca em casa. E estamos sem vacina porque a geladeira está quebrada, com defeito – entregou.

Outra enfermeira, do posto de saúde do Jacaré, revelou que o mesmo problema acontece em todas as unidades.

– Falta quase tudo que se imagina. Farmácia básica, medicamentos, insumos. Como atender desse jeito? – questionou.
Em meados de novembro, profissionais da Saúde protestaram em frente ao prédio da prefeitura por conta da falta de pagamento de salário, das precárias condições de trabalho, além de outros direitos.

Defeito – Os telefones do prédio do Executivo estão sem funcionar desde outubro do ano passado, conforme mostrou reportagem da Folha dos Lagos, e até chegar ao e-mail do prefeito, Vânia precisou passar por alguns órgãos. Na Câmara Municipal, ela apenas foi informada do problema e na secretaria de Saúde, não “quiseram” oferecer nenhum telefone ou outra forma de contato com o prefeito. Por fim, a funcionária entrou em contato com a Folha dos Lagos para pedir ajuda.

Esta, inclusive, não é a primeira vez que uma empresa, ao tentar contato com a prefeitura, pede socorro à Folha. Exemplo foi o escritório regional do Rio da TV Al Jazeera, há duas semanas, que tentava produzir uma matéria sobre o impacto da queda da arrecadação dos royalties de petróleo em Cabo Frio, mas não conseguiam contato com o Governo Municipal.