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DESCONTENTAMENTO

Sindicato da Educação denuncia sobrecarga de trabalho na volta às atividades em Cabo Frio

Coordenadora do Sepe afirma que servidores efetivos terão que cobrir contratados dispensados; mas secretaria fala em situação excepcional

21 agosto 2020 - 11h07Por Rodrigo Branco

Na volta das atividades on-line e presenciais, os servidores efetivos da Educação terão que dar conta do trabalho dos contratados, que tiveram o vínculo encerrado no fim de abril. A denúncia de sobrecarga de trabalho foi feita pela coordenadora-geral do sindicato da categoria (Sepe Lagos), Cíntia  Machado, após reunião do Conselho Municipal de Educação, realizada na última terça-feira (18).

De acordo com a sindicalista, funcionários das áreas de servicos gerais e de apoio terão que se desdobrar, fazendo o próprio serviço e cobrindo em outra escola o trabalho de um contratado, que estava entre os três mil dispensados no fim de abril, caso a Secerataria de Educação . Do mesmo modo, os professores efetivos terão que orientar e tirar dúvidas de alunos de docentes que tiveram o contrato rescindido.

– Isso (trabalhar em outras escolas) está errado. Eles escolheram a lotação. Houve concurso de remoção. E mesmo quem não passou por concurso de remoção, escolheu a lotação no ato da posse. Até mesmo os professores. Foi feito um agrupamento por escolas em que a escola que o professor foi demitido, vão ter atendimento por parte do professor efetivo de outra escola. Até no sentido pedagógico, isso é ruim. Educação é afetividade. Paulo Freire já dizia que escola é gente. Não é só paredes e livros – argumenta a coordenadora.

No mês passado, a Secretaria de Educação enviou para as direções de escola um memorando em que abre a possibilidade de trabalho presencial, em sistema de rodízio, nas unidades, conforme a necessidade. 

Com relação aos alunos, não há previsão de retorno às aulas, mas depois de cinco meses, foi criada uma plataforma de atividades que podem ser impressas e preenchidas, a qual 8.138 alunos da rede pública se cadastraram, até esta quarta-feira (19), ou seja, 25% do total da rede. Quem não tiver condições ou optar por outra forma de estudo, poderá retirar apostilas nas escolas, a partir de setembro.

Contudo, em meio a essas movimentações, os servidores cobram o fim do escalonamento e dos atrasos salariais, além de questionar a necessidade de retorno ao trabalho. Por esse motivo, a categoria optou pela chamada 'Greve pela Vida' e cobra maior diálogo com o governo.

Por sua vez, em nota, a Secretaria Municipal de Educação (Seme) informou que, devido à excepcionalidade do cenário atual da pandemia de coronavírus e para melhor atender aos alunos, todos os servidores da pasta poderão exercer suas funções de diversas maneiras, respeitada a carga horária de cada profissional, para prestação de serviço à rede municipal. 

A Seme ressalta que segue dialogando com o Conselho Municipal de Educação (CME) para viabilizar todas as questões inerentes ao setor, incluindo a validação das atividades remotas e em apostilas como carga horária do ano letivo. Vale destacar que as estratégias visam minimizar os impactos trazidos pela Covid-19 na vida escolar dos 31.953 alunos da rede.