Os ataques feitos pelo prefeito Alair Corrêa a representantes sindicais durante entrevista concedida ao comunicador Amaury Valério no seu programa de rádio na quarta (6) não passaram em brancas nuvens.
Principal alvo das críticas do prefeito, a diretora de imprensa do Sindicato dos Profissionais de Educação, Denise Teixeira, esteve ontem na emissora para direito de resposta. Chamada por Alair de ‘má’ e ‘desonesta’ e acusada de receber sem trabalhar, Denise também comentou à Folha sobre as declarações do prefeito e carregou nas tintas.
– O que o prefeito fala de mim são tantas mentiras que uma mais ou uma a menos não me causa o menor espanto. Aliás ser apedrejada pelo prefeito da cidade é um elogio. Sinal de que eu não sou igual a ele. Todo mundo sabe o quanto eu trabalho. Na verdade eu trabalho muito mais do que eu deveria porque eu tenho licença sindical da prefeitura. Todo mundo que chega no sindicato me vê lá – se defendeu a dirigente do Sepe, apresentando ainda o contracheque, com o salário líquido de aproximadamente R$ 2 mil mensais.
Também citado nas respostas do prefeito, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Cabo Frio, Olney Vianna, abusou da ironia para desmentir o prefeito, que afirmou que o sindicalista “ganha R$ 7 mil para ficar 25 anos sem trabalhar.” Ele também rechaçou a alegação de Alair que falta dinheiro para pagar os funcionários.
– Ele está perdidinho e mentindo cada vez mais. Olhando os dados do Portal da Transparência de abril e maio dá pra notar que houve uma sobra no caixa de R$ 34 milhões, diferente do que ele alega que arrecada R$ 32 milhões e paga R$ 37 milhões. Das duas uma, ou ele mente dizendo isso ou a secretaria de Fazenda mente para o Tribunal de Contas, que são esses dados do Portal – afirmou, completando.
– O sindicato foi fundado em 1998, mas como ele (Alair ) não fazia o repasse das mensalidade, só comecei efetivamente em 2005. Sou concursado da prefeitura há 39 anos e ganho R$ 4 mil líquidos. Com esse valor, desde 1986, moro do outro lado da ponte. Ele é que deveria explicar como recebendo R$ 14 mil por mês e sem nunca ter trabalhado, apenas pendurado em cargos públicos, mora em uma cobertura avaliada em, no mínimo, R$ 15 milhões – disparou.
O presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde (Sind Saúde), Gelcimar Almeida, o Mazinho, admite que não ouviu a entrevista, mas que foi informado sobre o seu conteúdo. Ele questionou a declaração que coletores e guardas municipais não devem ter os salários atrasados.
– Não se trata de achar que eles não devem receber e sim que todos os servidores recebam ao mesmo tempo, até o quinto dia útil. Se fosse assim, Saúde deveria ser prioridade, por se tratar de salvar vidas – defende.