O deputado estadual Silas Bento (PSDB), que estava na suplência, assumiu o mandato em janeiro e, agora, tenta construir caminho de oposição na Assembleia Legislativa (Alerj). Ele critica o que chama de “pacote de maldade” do governador Luiz Fernando Pezão e garante voto contrário a todas as medidas. Silas diz que é cedo para avaliar o governo do prefeito Marquinho Mendes (PMDB), mas acaba desfiando uma série de críticas, sem se esquecer de criticar a fala do mandatário que acabou virando bordão de oposicionistas: “farinha pouca, meu pirão primeiro”.
Folha – Como tem sido estes primeiros dias de mandato?
Silas – Apesar do pouco tempo, posso afirmar que estão sendo particularmente positivos.
Folha – Como analisa o pacote do governador Pezão?
Silas – Este projeto vem contra os anseios da sociedade, além de prejudicar diretamente o servidor público. Como parlamentar de primeiro mandato, chego na Alerj no segundo tempo, um momento tenso e complicado. Há dificuldades para difundir, de maneira positiva, as realizações dos trabalhos do mandato enquanto não forem concluídas as votações do pacote da venda da Cedae.
Folha – Algum acordo para votação em conjunto com Janio Mendes, também de Cabo Frio?
Silas – Somos de siglas diferentes. Silas Bento é do PSDB, oposição; Jânio Mendes é do PDT, partido que vem acompanhando o governo PMDB nas votações nesse parlamento.
Folha – Qual será sua posição em cada votação deste pacote?
Silas – Atualmente, no cotidiano dos debates na Alerj, muito se discute sobre as questões de como foram elaborados esses projetos e da forma como querem que sejam aprovados. Após uma profunda análise sobre os mesmos, com autoridades técnicas e a voz do povo, posicionar-me- ei em prol da sociedade votando a favor do povo.
Folha – Seu voto é pessoal ou segue a orientação do PSDB?
Silas – Posso afirmar que meus princípios norteadores da vida, a confiabilidade nas minhas decisões e minha fé no todo poderoso, decidiram meu voto. Meu voto é pessoal, nominal e intransferível, mas quero deixar registrado que o PSDB me deixou à vontade.
Folha – Qual a saída para a crise no Estado do Rio?
Silas – Apesar da pergunta ser objetiva, a resposta demanda análises em diversas esferas do governo. Inicialmente de plano, faria a convocação de todos os representantes dos Poderes e das instituições representativas de classe. Em seguida, buscaria a opinião pública. A população não é responsável pela crise econômica, moral e ética instalada no Estado, e, por isso não pode, sofrer qualquer tipo de redução em seus direitos. Buscaria sempre as medidas a favor do trabalhador, fazendo política de incentivo de arrecadação de impostos e não taxando cada vez mais o povo. Por fim, aplicaria uma política de austeridade no Estado e faria redução dos gastos públicos.
Folha – Marquinho Mendes?
Silas – É prematuro fazer uma avaliação do mandato dele. Existem motivos que me conduzem a uma resposta madura, de não falar nada fora do tempo. No entanto, posso e devo lembrar superficialmente sobre suas promessas de campanha que até a presente data não foram cumpridas. No pleito eleitoral usava como bandeira a Política de austeridade (corte de gastos), a transparência do governo (Portal da Transparência), o pagamento em dia dos funcionários, a limpeza da cidade, a reabertura de hospitais e não fechamento de hospitais e escolas municipais. Mas o que vemos é uma política de contratos emergenciais superfaturados e da “ farinha pouca, meu pirão primeiro”, proclamado no discurso de posse.