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Servidores municipais cobram Justiça e Prefeitura por salários atrasados

Manifestantes fizeram protesto em frente ao fórum de Cabo Frio nesta quarta (31)

01 setembro 2016 - 10h27Por Rodrigo Branco I Foto do leitor
Servidores municipais cobram Justiça e Prefeitura por salários atrasados

Um grupo de aproximadamente 300 servidores municipais de Cabo Frio, principalmente das áreas da Educação, Saúde e da Fiscalização de Posturas, protestou no começo da tarde desta quarta (31) em frente ao fórum da cidade, no Braga.
O objetivo da manifestação foi cobrar medidas do Poder Judiciário para garantir o pagamento de salários que, em muitos casos, estão quase dois meses atrasados.
A queixa principal dos manifestantes com relação à Justiça, que recentemente desbloqueou as contas municipais para pagamento de empresas de limpeza e funcionários comissionados. O bloqueio havia sido conseguido pelo Sindicato dos Profissionais da Educação para a quitação da folha de pagamento.
– A gente foi tentar sensibilizar o Poder Judiciário porque já se vai para quase dois meses sem salário e para mostrar a posição contrária à liberação de recursos para pagamento de empreiteiras e cargos comissionados. O último aser atingido tem que ser o servidor – contesta a diretora de imprensa do Sepe, Denise Teixeira.

De acordo com a sindicalista, a situação da última semana não foi alterada e muitas escolas da rede continuam sem aulas por causa da greve e das recentes demissões feitas pela Prefeitura.

Por sua vez, o presidente do Sindicato dos Servidores Público de Cabo Frio (Sindicaf), Olney Vianna, considerou o ato ‘bem representativo’ já que, pela primeira vez, funcionários que estavam hesitantes em participar de manifestações se juntaram ao movimento.

– A gente bateu muito na tecla de como a Justiça pôde liberar dinheiro para empreiteiras enquanto o servidor passa fome e é despejado de sua casa. Esse dias, uma servidora nos procurou aos prantos dizendo que teria que sair da sua casa. Nosso advogado ajudou a intermediar a situação. Mas isso é para ver o que é que nós estamos passando – comenta Olney.

Segundo o presidente do Sindicaf, funcionários de várias secretarias continuam sem receber os vencimentos de julho.

Apesar disso, com o desbloqueio, forma pagos parte dos salários da Educação, da Saúde e dos aposentados e pensionistas que recebem até R$ 4 mil.
O restante dos servidores ativos e inativos segue sem previsão de receber os salários atrasados.

‘Protesto das bananas’: ironia por tentativa de comprar merenda

Como sempre abusando da irreverência e da ironia para protestar contra o governo municipal, os servidores fizeram uma inusitada manifestação na frente do fórum de Cabo Frio. Os servidores levaram caixas de bananas, em alusão à tentativa de compra de grande quantidade da fruta para merenda escolar na rede municipal de ensino por parte da Secretaria de Educação.

Segundo despacho do juiz no processo que apreciou o pedido de liberação das contas da Prefeitura, a intenção da Prefeitura era comprar mais de 21 toneladas de bananas para abastecer as escolas da rede a RS 144.696,74, quantia considerada ‘estratosférica, pelo próprio magistrado, que cancelou o negócio.

“Entendo que a finalidade de sua destinação é extrema importância, visto dignar-se diretamente à alimentação dos estudantes do sistema público de ensino ... contudo, em meio às notas apresentadas pela municipalidade cujo valor remonta a estratosférica quantia de R$ 144.696,74 (...) há nesta nora menção à compra de 21.783 quilos de banana prata (...) em manifesto contrate à quantia adquirida do mesmo produto pelo Município no mês anterior. Por este motivo, o valor referente à referida nota fiscal merece melhor investigação por parte dos órgãos competentes, vedado o pagamento da mesma até melhor esclarecimento dos fatos”, diz a sentença.

Para a diretora de imprensa do Sepe, Denise Teixeira, a aquisição desse grande volume de frutas não é compreensível, sobretudo pela falta de aulas na rede municipal.

– Como se justifica uma compra dessa se as escolas da rede estão fechadas? – questiona.

Tem sido recorrente nos últimos tempos, as queixas de alguns funcionários sobre a falta de merenda em unidades da rede, fato que é rechaçado pela secretaria municipal de Educação.

Mas quando não falta comida, não há quem a faça, uma vez que na mais recente leva de demissões, em julho deste ano, várias merendeiras e auxiliares de cozinha foram dispensadas como forma de compensar a falta do empréstimo de R$ 200 milhões, pretendido pelo governo e vetado pela Justiça.