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Servidores de Cabo Frio decidem fazer greve geral

Para não ferir a legislação, paralisação por salários atrasados terá início à meia-noite da próxima segunda

12 junho 2019 - 09h13
Servidores de Cabo Frio decidem fazer greve geral

Os servidores da Prefeitura de Cabo Frio decidiram na noite de ontem fazer greve geral a partir da meia-noite da próxima segunda-feira. A decisão foi tomada em assembleia realizada em frente à sede do governo com cerca de 100 funcionários das áreas administrativa, de Saúde, entre outras.
Os motivos para a greve são a falta de pagamento do salário de maio e o descumprimento do acordo para a quitação do 13º salário de 2016. De acordo com o diretor de Comunicação do Sindicato dos Servidores (Sindicaf), Olney Vianna, a paralisação não será imediata para não ferir a legislação.

– Vamos obedecer à lei de greve, que prevê um prazo de 72 horas de antecedência para avisar a quem de direito – explicou Olney.

Os funcionários da Educação já haviam decidido cruzar os braços. Um ato na Praça Porto Rocha na tarde de ontem marcou o início da movimentação do Sepe Lagos pela greve geral da Educação de Cabo Frio. Os profissionais da rede municipal aprovaram, por unanimidade, greve por tempo indeterminado desde ontem. As deliberações da categoria foram decididas em assembleia na noite de segunda-feira, na escola Municipal  Edilson Duarte. Além disso, eles também já decidiram que se o salário não for pago no 5º dia útil do mês, a categoria para no dia seguinte.

– Motivos não nos faltam!  Hoje (ontem), dia  11/06, mais de 50% dos profissionais da educação não receberam o pagamento referente ao mês de maio, apesar do calendário de pagamento fazer parte das negociações com o executivo, houve descumprimento desse ítem. Em mesa de negociação, o sindicato afirmou que não concordamos com fracionamento da folha de pagamento, uma vez que somos uma só categoria formada por trabalhadores efetivos e contratados  – informou Cintia Machado, da coordenação geral do Sepe Lagos. 

Além de não aceitarem datas diferentes para pagamentos de contratados e concursados, a categoria também deliberou: não iniciar reposição de greve antes de deliberação da assembleia, com nota sobre o assunto na fanpage; caso haja remanejamento ou corte de pessoal, que a classificação do processo seletivo seja respeitada, apesar do sindicato ser contrário a demissões sumárias de trabalhadores; lutar contra o empréstimo que o governo pretende realizar, com publicação de nota de repúdio; - fim da divisão de datas de pagamento entre concursados e contratados;  referendada a adesão à greve geral do dia 14/06;  assembleia na quinta-feira, 13/06, às 18h, no Edilson Duarte.

– Temos também preocupação com os rumores de demissões de funcionários, pois este ano houve processo seletivo para contratação e também por entendermos que uma redução brusca no quadro de funcionários de nossas escolas precarizará o serviço público. – diz Cintia.

A denúncia feita pelo ex-secretário de Educação, Cláudio Leitão, de que a secretaria de Fazenda teria desviado R$ 40 milhões da Educação para outros fins é outra preocupação do Sindicato. Para Cintia Machado o dinheiro poderia ser investido na melhoria de questões de problemas da rede municipal, como precariedade do transporte escolar, por exemplo. 

– Os recursos desviados poderiam ser utilizados na resolução dos graves problemas de infraestrutura das escolas da rede, solucionar a questão da precariedade do transporte escolar e melhorar a qualidade da merenda escolar, por exemplo. A educação precisa ser prioridade do poder público. Esperamos que o governo viabilize com urgência o pagamento de todos, pois sabemos dos transtornos que as greves causam à comunidade escolar.  Porém, nesse momento, muitos profissionais não tem condições mínimas de chegar ao trabalho, já que o vale transporte não é concedido aos servidores contratados – finalizou a sindicalista.

A redação Folha entrou em contato com a assessoria de Comunicação da prefeitura de Cabo Frio para saber o número de alunos que ficou fora da sala de aula com a greve da rede municipal, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.