Quando a Prefeitura anunciou a reabertura do Hospital Geral de Emergência, em São Cristóvão, reinaugurado há três meses, muitos acreditavam se tratar de mais uma opção de atendimento para a população de Cabo Frio. Ledo engano. Se por um lado os cabofrienses, enfim, têm à disposição as instalações do HCE, que fica anexo ao Hospital São José Operário e foi reaberto no último sábado, por outro, segue em curso a agonia da UPA do Parque Burle, a reboque da crise econômica nas três esferas da administração pública.
O secretário municipal de Saúde, Carlos Ernesto Dornellas, recebeu ontem a imprensa em coletiva, durante a qual afirmou que as dificuldades na rede municipal são decorrentes dos atrasos nos repasses de verbas estaduais e federais. Apesar de o município ainda manter a UPA funcionando em caráter restrito, apenas para emergências, por determinação do Ministério Público, Carlos Ernesto admite que não sabe o que acontecerá com a unidade sem os recursos do governo do estado.
– A crise na Saúde brasileira é no país todo, então não temos uma definição do que vai ser feito da UPA. Se o estado vai mantê-la ou se não vai manter – disse Carlos Ernesto, deixando claro que agora a prioridade é o HCE, mas que a UPA pode continuar funcionando desde que com recursos estaduais.
Mas essa possibilidade é cada vez mais distante. A verba da secretaria estadual de Saúde não cai nos cofres municipais há quase um ano e a dívida ultrapassa os R$ 3 milhões. Além disso, o secretário Felipe Peixoto disse em entrevista recente à Folha que “não cabe devolução da UPA, pois ela nunca foi do estado”. O episódio é mais um capítulo dramático da crise na saúde pública estadual. Nos últimos dias, por exemplo, foram fechadas cinco unidades de emergência.
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