O secretário de Saúde de Cabo Frio, Iranildo Campos, disse nesta sexta-feira (27) à Folha dos Lagos ser contrário à reabertura do comércio no momento. Ele disse entender o anseio de empresários que pedem a volta das atividades, mas alegou que o protocolo para diminuir a intensidade de propagação do vírus é prioridade neste momento.
– Pelo lado da prevenção, sou contra reabrir o comércio agora. Entendo o lado econômico, mas sou pela razão. O que é mais importante hoje? O empresário não ter prejuízo ou salvar vidas? Acredito que é salvar vidas. Porque na hora que abre o comércio, vai estar expondo as pessoas – afirmou Iranildo.
O prefeito Adriano Moreno ficou de avaliar nesta sexta o pedido feito por empresários de reabertura do comércio da cidade. Os empresários se reuniram com o prefeito na noite dequinta (26).
A proposta principal é reabrir os estabelecimentos em horário reduzido, com expediente diário de seis horas, e intervalo de 15 minutos para os funcionários.
O empresário Hugo Cecílio, da BoiBom, minimizou o impacto do Covid-19 e defendeu a reabertura imediata do comércio, também sob a argumentação do colapso econômico.
– O que estão fazendo com Rio e São Paulo chega a ser criminoso. A crise econômica vai ser muito mais grave que a de saúde. Depressão vai matar muito mais. As pessoas não vão ter mais o que comer. Alguns comerciantes não vão ter dinheiro para pagar as suas contas – afirmou.
O secretário de Saúde, por sua vez, teme por um aumento na busca por atendimento maior do que a capacidade dos hospitais.
– Infelizmente, tem pessoas que querem ver o lucro e não pensam na comunidade, em quem tem que se expor. Se abrir o comercio hoje, vai aumentar muito a quantidade de pessoas nas ruas. A gente diz pras pessoas ficarem em casa, se abrir comércio vai todo mundo pra rua. Os serviços essenciais já estão funcionando. Não sou contra empresário. Não sou contra a economia da cidade, os empregadores. Mas eu tenho que falar sobre a parte da saúde. Minha opinião é que não conceda essa abertura do comércio agora, senão teremos um aumento muito grande (de atendimentos) nas emergências – opinou ainda Iranildo Campos.